Segundo o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, o Brasil está perto do pico dos efeitos inflacionários que marcaram a segunda metade deste ano. Para o ano que vem, a situação deve ficar um pouco melhor.
“A gente acha que a gente está perto, olhando 12 meses, de ver o topo [da inflação] e a gente entende que a partir do ano que vem a gente vai ver uma melhora”, disse ele em um evento virtual promovido pelo Secovi-SP nesta sexta-feira (26).
Segundo ele, as métricas do BC para a inflação deste ano se provaram erradas. Anteriormente, a instituição monetária acreditava que as pressões inflacionárias dariam uma trégua a partir do mês de setembro.
As projeções erraram porque não conseguiram prever o agravamento da crise hídrica que prejudica o Sudeste e Centro-oeste. A conta de luz representou impactos significativos na inflação mensal divulgada pelo IBGE, que também foi pressionada pela variação nos preços dos combustíveis.
“A gente acabou tendo elemento de energia surpreendendo mais e espalhando mais nas cadeias”, disse Campos Neto.
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A energia elétrica subiu 1,16% no mês de outubro na comparação mensal, de acordo com dados divulgados pelo IBGE. Em setembro, a alta na conta de luz havia sido de 6,47%. No caso dos combustíveis, que subiram 3,21% em outubro, a gasolina subiu 3,10% e o óleo diesel 5,77%.
O IPCA, conhecido como a inflação oficial brasileira, subiu 1,16% no mês passado, e acumula alta de 8,24% em 2021. No acúmulo dos últimos 12 meses, o IPCA subiu 10,67%.
O Produto Interno Bruto (PIB), que também foi afetado pelo agravamento da situação econômica brasileira, deve ter sua projeção para 2022 piorada pelo Banco Central (BC).
Segundo Campos Neto, o crescimento econômico para 2022 deve ser menor que 2,1%. Atualmente, de acordo com o último Boletim Focus divulgado na segunda-feira (22), as projeções apontam para um crescimento de 0,70% no ano que vem.
Foto: Agência Brasil / Reprodução