Nesta terça-feira (24), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a enfatizar a importância do equilíbrio fiscal para a política monetária brasileira. Campos Neto afirmou que o compromisso do governo para garantir a sustentabilidade das contas públicas, melhor administração das dívidas e, assim, atrair novos investidores para o mercado nacional.
“Obviamente precisamos continuar trabalhando, passando sempre a mensagem de disciplina fiscal, que é um dos principais pontos aqui hoje no tocante ao cenário macro”, afirmou o presidente do BC, em evento promovido pelo InfoMoney. Campos Neto ainda pontuou que o instrumento de forward guidance (orientação futura) está atrelado ao equilíbrio fiscal, e se comprometeu com a manutenção da Selic em 2% caso as condições sejam favoráveis.
Sobre a inflação, Campos Neto afirmou que a recente alta do IPCA está atrelada a três fatores: taxa cambial desfavorável ao real, maiores gastos com alimentação domiciliar e transferência direta de renda do auxílio emergencial. Para o presidente do BC, o último fator é que mais influenciou na inflação recentemente, mas essa transferência de renda deve se diluir ao longo dos próximos meses.
Por fim, ainda indicou que o programa de injeção de liquidez nos bancos, elaborado como medida de enfrentamento à pandemia, deve se tornar permanente. Segundo ele, a implementação de um programa de tal natureza já estava nos planos do BC antes mesmo da pandemia. “Isso já ia acontecer antes da pandemia. A pandemia acelerou, e nós acabamos fazendo de uma forma diferenciada”, afirmou.
Imagem em destaque: InfoMoney / divulgação