De acordo com dados do governo chinês, os novos casos diários de COVID-19 em Xangai, o coração financeiro do país, passaram de 13 mil nesta semana. O total do país chegou a 20 mil nesta quarta-feira (06), representando um recorde para a China desde o início da pandemia em 2020.
Embora o número não seja tão alto se comparado com números registrados no Brasil, Estados Unidos e Europa nos piores momentos da infecção, na China, as medidas de restrição estão sendo bem mais severas.
Em resposta aos novos casos de COVID-19 registrados nesta semana, o governo ampliou o confinamento em Xangai, atingindo mais de 25 milhões de pessoas
“A prevenção e o controle da epidemia em Xangai estão no estágio mais crítico”, disse Wu Qianyu, membro da comissão de saúde municipal de Xangai.
A estratégia faz parte do plano de “Covid Zero” aplicado pelo governo chinês no ano passado. Desde o início do plano nacional, inúmeras cidades importantes para o desenvolvimento econômico do país, como Shenzhen e Xangai, já entraram em confinamentos.
A população de Xangai vive uma nova realidade com a aplicação das medidas severas do governo. Em condomínios, por exemplo, moradores precisaram se agrupar em aplicativos como o WeChat (semelhante ao WhatsApp) para realizarem compras comunitárias em supermercados abertos, que são poucos.
Como o lockdown imposto foi imediato e a população não teve tempo para se preparar, o governo começou a distribuir insumos nas casas, incluindo massas, espinafres e cogumelo. Outra medida separa as crianças dos pais por 14 dias caso exista uma suspeita de contaminação.
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Embora o problema seja local, a medida severa imposta pela China tem consequências para o mundo todo. Quando as restrições atingem importantes centros comerciais e industriais, por exemplo, problemas na cadeia de distribuição começam a aparecer.
O resultado é a falta, ou atraso, de peças, insumos e produtos que exportados pela China para o mundo todo.
Além disso, o confinamento de cidades inteiras deve prejudicar o crescimento econômico do país para 2022. Parte desse sintoma já é sentido na produção industrial do país, já que o índice de gerentes de compras (PMI) da Caixin registrou 48,1 pontos em março, menor patamar em dois anos.
Abaixo de 50 pontos, o índice demonstra que há uma retração na atividade industrial do país.