De acordo com dados divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a porcentagem de famílias brasileiras endividadas em 2021 bateu recorde.
De acordo com a pesquisa, 76,3% das famílias estavam endividadas em dezembro de 2021, o maior número registrado pela CNC na pesquisa mensal. A média do ano ficou em 70,9%, indicando que mais de um terço do total de famílias ficaram endividadas no ano passado.
Apesar do aumento do endividamento, o porcentual de famílias inadimplentes caiu de 25,5% em 2020 para 25,2%. Segundo a pesquisa, porém, existe uma tendência de alta na inadimplência para o início de 2022.
“Em 2021, observou-se aumento de 4,4 pontos percentuais no número médio de famílias com dívidas em pelo menos uma das principais modalidades – cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, crédito pessoal, carnês, financiamento de carro e financiamento de casa, entre outras”, disse o CNC.
A pesquisa ainda destaca que as famílias, considerando a deterioração do cenário econômico nos últimos meses de 2021, “recorreram mais ao crédito para sustentar o consumo”.
Entre os tipos de dívidas, o cartão de crédito foi o tipo mais citado pelos consumidores, chegando a 82,6% na média de 2021. Em seguida, veio os carnês de loja, representando 18,1%.
Além destes, o financiamento de carro representou 11,6%, o financiamento de casas 9,1% e crédito pessoal 9%.
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Famílias de baixa renda foram as mais prejudicadas
Segundo a pesquisa, as famílias de baixa renda foram diretamente impactadas pelos resultados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), provocando o maior nível de endividamentos.
“Entre as famílias consideradas mais ricas, a demanda represada, em especial pelo consumo de serviços, fez o endividamento aumentar ainda mais expressivamente, em especial no cartão de crédito”, complementou o CNC.
Segundo a pesquisa, os consumidores brasileiros seguirão sentindo os impactos negativos da economia e se endividando no início de 2022. Considera-se principalmente os resultados da inflação e os juros elevados.
“Soma-se a isso o vencimento de despesas típicas do primeiro trimestre, as quais apertarão ainda mais os orçamentos domésticos neste período”, diz a pesquisa.
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