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Como as eleições americanas estão movimentando o mercado financeiro nesta quarta-feira (4)

3 Minutos de leitura

As eleições presidenciais dos EUA ocorreram ontem (3), com as apurações se iniciando às 21h (horário de Brasília). As atenções de todo o mundo estão voltadas para o país, com o resultado da corrida presidencial no país podendo ditar os rumos da economia mundial pelos próximos anos.

O contexto das eleições de 2020 é único nos Estados Unidos. Essa é considerada por muitos a eleição presidencial mais importante da história do país, que é a maior economia do mundo. Em meio a uma pandemia que agravou ainda mais a alta polarização política nos EUA, as eleições de 2020 tiveram recorde de votos antecipados. Com o grande volume de votos emitidos via correios no país, a expectativa é que a apuração se estenda mais que o normal, podendo fazer com que o resultado saia próximo do final de semana, uma vez que estados como Winsconsin e Pensilvânia só permitem a apuração de votos antecipados a partir do dia das eleições.

As últimas projeções, assim como a última pesquisa eleitoral feita antes do pleito, apontam para a vitória do candidato Joe Biden (Partido Democrata) contra o candidato à reeleição Donald Trump (Partido Republicano). Enquanto Biden afirma estar confiante de sua vitória, Trump já se declarou vitorioso no processo eleitoral.

Segundo o atual presidente norte-americano, a oposição tenta fraudar as eleições presidenciais. Trump acusa o Partido Democrata de lançar votos, que seriam contabilizados como votos antecipados, após o encerramento das eleições. O conflito e as acusações feitas na corrida presidencial dos EUA geram um cenário de extrema incerteza no mercado financeiro, com investidores evitando ainda mais riscos em seus investimentos.

O maior ponto de interrogação nos EUA continua sendo o pacote de estímulo financeiro para combater os impactos da pandemia do novo coronavírus na maior economia do mundo. Com expectativas de que uma vitória do democrata Joe Biden as negociações avancem em ritmo mais acelerado nas semanas seguintes ao pleito, os principais índices acionários dos EUA fecharam seus pregões em alta ontem.

 O Dow Jones subiu 2,06% na terça-feira, indo a 27.480 pontos, com a Nasdaq (+1,85%, 11.160) e S&P 500 (+1,78%, 3.369) logo atrás. O otimismo de ontem, porém, foi substituído por cautela. A nova expectativa é que, seja quem for eleito o novo presidente dos EUA nesta semana, tanto Democratas quanto Republicanos passem a adotar um tom mais irredutível nas negociações por um novo pacote de estímulo à economia, o que pode dificultar que um acordo saia nas semanas seguintes ao pleito.

Com o cenário de incertezas, os investidores estão à procura de investimentos mais seguros durante a apuração dos votos nos EUA. Assim, a grande beneficiada no país é a Nasdaq, que teve seus ativos futuros bastante valorizados enquanto o mercado se mostra confiante na performance do setor tech independente dos resultados do pleito norte-americano.

Conforme consulta feita às 10:32 (horário de Brasília), os futuros da Nasdaq subiam quase 4% neste início de quarta-feira, enquanto S&P 500 e Dow Jones apresentavam resultados menos expressivos, mas ainda positivos. Confira as parciais:

Nasdaq Futuros: +3,96% (11.711)

S&P 500 Futuros: +1,90% (3.429)

Dow Jones Futuros: +0,75% (27.580)

O cenário é de volatilidade nesta quarta-feira. Anterior à alta citada acima, os índices futuros do Dow Jones chegaram a cair 0,40% nesta manhã. Fora dos EUA, o cenário de uma possível vitória de Joe Biden agrada investidores. Na Europa, o STOXX 600 apresenta alta mesmo com desvalorização de ativos importantes como bancos, mineração e petróleo no início do pregão.

Na Ásia, a expectativa é que os EUA estreitem as relações comerciais com a China nos próximos meses independentemente de qual candidato saia vitorioso no pleito norte-americano. A preferência dos investidores na Ásia, porém, também é por uma vitória do candidato democrata, tendo em vista o histórico de agressividade do atual presidente ante a segunda maior economia do mundo. Além da expectativa pelas eleições estadunidenses, a retomada do ritmo de produção do setor manufatureiro na China também tem impulsionado os índices do país, que apresentam alta nos primeiros dias da semana.

No Brasil, o Ibovespa abriu a quarta-feira em alta, impulsionada principalmente pelo setor financeiro. Às 10h48, o principal índice acionário do país subia 1,39% (97.315), se firmando ainda mais acima dos 95.000 pontos. No mesmo horário, a maior alta no índice era do Itaú Unibanco (ITUB4), que subia 6,32% (R$25,56). Seguindo o viés de alta do setor tech nos EUA, a Magazine Luiza (MGLU3, +3,64, R$25,90) tinha a terceira maior alta do Ibovespa.

Enquanto o alto volume de investimentos impulsiona o desempenho dos principais índices acionários dos EUA em meio à ansiedade pelos resultados das eleições, o dólar americano se desvaloriza neste início de quarta-feira. Às 10h54, a moeda estadunidense estava em baixa, cotada a R$5,69 (-1,05%). No mesmo horário, o euro apresentava uma alta marginal ante a moeda dos EUA e também se desvalorizava ante a moeda brasileira (-1,06%, R$6,67).

Imagem em destaque: The Telegraph / divulgação

Guilherme Guerreiro

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