Destaques do dia

Campos Neto diz que deve-ser enxergar o Brasil “para além do ruído”, Arthur Lira descarta votação da reforma do IR nesta semana; e mais

4 Minutos de leitura

Para o presidente do BC, o setor econômico deveria olhar para o status fiscal do Brasil “para além do ruído”, causado principalmente pela PEC dos precatórios promovida pelo Planalto.

Segundo Arthur Lira, a segunda parte da reforma tributária não deve ser votada nesta semana, e os impasses são difíceis de serem resolvidos.

Na agenda, o destaque do dia fica para a publicação do IPCA-15 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nas bolsas, o mercado começa a esfriar com as atenções voltando novamente para a variante Delta do novo Coronavírus.

Esses e outros destaques você confere agora.

CAMPOS NETO: SETOR FINANCEIRO DEVE OLHAR PARA A ECONOMIA “PARA ALÉM DO RUÍDO”

Para o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, o setor econômico brasileiro deveria olhar para o cenário “para além do ruído”, se referindo aos indicadores brasileiros, como o fundo para a dívida bruta, que está “inegavelmente melhor”.

Segundo ele, durante o evento da Expert XP, os recentes ruídos acontecem por conta dos impasses gerados pela PEC dos Precatórios, medida do governo federal que deve viabilizar a reformulação do Bolsa Família.

“Entendo sensibilidade do mercado a esse tema, mas na figura mais ampliada estamos num movimento fiscal que teve alguma melhora”, disse ele.

Segundo ele, porém, a inflação, pressionada pela alta nos combustíveis e pela crise hídrica, é “obviamente uma preocupação”. Segundo ele, o BC continua de olho e preocupado com a forma com que consegue ser transparente com os comunicados oficiais.

ARTHUR LIRA: REFORMA NO IR NÃO DEVE SER PAUTADA NESTA SEMANA E É “DIFÍCIL”

Segundo o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a segunda parte da Reforma Tributária, que trata de mudanças no imposto de renda para a pessoa física e jurídica (IRPJ e IRPF) não deve ser votada nesta semana.

“Temos maturidade suficiente para saber diferenciar dificuldades das impossibilidades. Então, não é impossível votar esse texto”, disse ele durante o evento Expert XP.

Atualmente, a reforma passa por impasses por conta da defasagem fiscal que deve causar danos à arrecadação dos estados e municípios. Isso por conta da redução do IRPJ em 8,5 p.p. até 2023, segundo as últimas mudanças feitas na proposta.

A situação já fez a equipe econômica de Paulo Guedes admitir que cogita abandonar a proposta por conta dos riscos fiscais. Para Arthur Lira, porém, existe lugar para a negociação. Para ele, uma das maiores resistências vem da taxação dos dividendos.

“Esse talvez seja o texto mais sensível que nós vamos debater nos últimos dias. Imagine se CBS, Imposto de Renda, passaporte tributário e Refis estivessem todos juntos na junção das [PEC] 110 e 45, que inferno nós estaríamos vivendo. Nós defendemos sempre o faseamento, para que a gente pudesse esquartejar, abrir as entranhas, discutir os temas a fundo”, disse ele.

No caso de abandono da reforma, o governo federal passa a ter dificuldades com propostas como o Auxílio Brasil, que depende não só das alterações propostas pela Reforma Tributária, mas como também da aprovação da PEC dos precatórios.

Caso as medidas falhem, o programa fica comprometido, e o governo deve tentar achar outros espaços fiscais no Orçamento para o ano que vem.


Saiba mais

Guedes cogita não ter Reforma Tributária caso o sistema piore


AGENDA

No Brasil, o destaque do dia fica para a publicação do índice de confiança do consumidor da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O índice foi publicado às 8h e registrou 81,8 pontos em agosto, representando uma retração comparado com os dados do mês imediatamente anterior (82,2 pontos).

Ainda no Brasil, às 9h, é publicado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). O índice é considerado como uma prévia da inflação oficial e é publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As projeções indicam uma alta de 0,82% em agosto ante o mês anterior (0,72%).

Durante a madrugada, foi publicado o Índice de Preços ao Produtor (IPP) da Espanha. A alta foi de 15,3% em julho na variação anual, mantendo a mesma taxa anual registrada no mês anterior.

Na Alemanha, o índice de expectativas de negócios do Ifo Business Climate foi publicado, registrando 97,5 pontos em agosto, representando uma desaceleração comparado com o mês imediatamente anterior (101,0).

Durante a madrugada, discursou Luis De Guindos, Vice-Presidente do Banco Central Europeu.

Nos Estados Unidos, o Índice do Mercado de Hipotecas ficou em 737,1 pontos, desacelerando ante os dados anteriores (725,4 ).

Às 11h30 nos Estados Unidos, são publicados dados de estoque de petróleo bruto.

BOLSAS E CÂMBIO

As bolsas globais começam a perder o otimismo iniciado no início desta semana por conta da crescente preocupação quanto à variante Delta do novo Coronavírus no radar de todos os investidores do planeta.

A nova variante tem o potencial de atrasar a recuperação econômica dos países, já que ela pode provocar novas medidas de restrição social.

Nos Estados Unidos, diversos artistas e o setor de cinema já se preparam para admitir que não devem retomar de forma normal em 2021, e que as medidas restritivas ainda estão longe de acabar.

A situação é potencializada pela baixa adesão à vacinação nos Estados Unidos, onde as doses já estão disponíveis para todo o país.

Às 8h da manhã:

  • STOXX 600 (STOXX): +0,06%, indo a 472,09 pontos
  • DAX (GDAXI): -0,20%, indo a 15.874,15 pontos
  • FTSE 100 (FTSE): +0,20%, indo a 7.139,95 pontos
  • CAC 40 (FCHI): +0,23%, indo a 6.679,78 pontos
  • FTSE MIB (FTMIB): -0,11%, indo a 25.998,50 pontos

Na mesma direção, as bolsas asiáticas fecharam registrando resultados mistos nos seus principais índices.

Os fatores que assombraram o mercado econômico na semana passada, como o avanço da variante Delta do Coronavírus e pressões regulatórias chinesas, seguem causando danos às bolsas..

Além disso, as recentes pressões regulatórias da China no setor de tecnologia vem preocupando economistas.

  • Hang Seng (HK50): -0,13%, indo a 25.693,95 pontos
  • KOSPI (KS11): +0,27%, indo a 3.146,81 pontos
  • Shanghai Composto (SSEC): +0,74%, indo a 3.540,38 pontos
  • Nikkei 225 (N225): -0,03%, indo a 27.724,80 pontos
  • Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): +0,20%, indo a 4.898,16 pontos 

Às 8h da manhã, os índices futuros dos EUA apresentam resultados positivos:

  • Nasdaq 100 Futuros: +0,02%, indo a 15.360,80 pontos
  • Dow Jones Futuros: +0,07%, indo a 35.389,50 pontos
  • S&P 500 Futuros: +0,05%, indo a 4.488,40 pontos

Acompanhe as cotações do Dólar e o Euro na manhã desta quarta-feira (25):

  • Às 9h03, o Dólar subiu +0,09%, a R$ 5,26
  • Às 9h03, o Euro caiu -0,01%, a R$ 6,18

Foto: Agência Brasil / Divulgação

Juan Tasso - Smart Money

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