Em um evento do Credit Suisse, o presidente do Banco Central (BC) disse que a inflação está acima do esperado pela entidade monetária, mas que as projeções são diferentes dos demais agentes econômicos.
Em resposta às falas de Bolsonaro, o ministro Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF) disse que “ninguém fechará esta Corte”.
Na agenda, a atenção no Brasil está virada para a publicação da inflação do mês de agosto.
Nas bolsas, o sentimento negativo toma conta do mercado, impulsionados pela variante Delta de COVID-19 e pressões regulatórias da China.
Esses e outros destaques você confere agora.
CAMPOS NETO: INFLAÇÃO ESTÁ MAIS ALTA QUE O BC GOSTARIA
Para o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, a inflação brasileira está aquém do esperado pelo BC, mas que existem diferenças entre o projetado pela entidade financeira e os demais agentes econômicos.
“Achamos que é muito importante agir rápido nisso, para assegurar que não haja desancoragem no sistema que gere uma inflação inercial muito mais alta”, disse Campos Neto em um evento promovido pelo Credit Suisse nesta quarta-feira (08).
Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB), o presidente do BC disse que as previsões já começam a ser revisadas após as quedas do último mês, mas admitiu: “esses ajustes têm sido feitos mais em relação a 2022 do que a 2021”.
Para ele, o cenário internacional também não é favorável com boa parte das projeções apontando para um crescimento econômico mais magro por conta do baque gerado pela variante Delta do novo Coronavírus.
“Começamos a ver algumas projeções sendo revisadas para baixo, algumas por causa da variante Delta, outras pela perda de potência de pacotes econômicos lançados anteriormente”, disse ele.
FUX: NINGUEM FECHARÁ O STF
Em resposta ao discurso feito pelo presidente Jair Bolsonaro durante as manifestações do dia 7 de setembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, disse que “ninguem fechará esta Corte”.
“Infelizmente, tem sido cada vez mais comum que alguns movimentos invoquem a democracia como pretexto para a promoção de ideais antidemocráticos. Estejamos atentos a esses falsos profetas do patriotismo, que ignoram que democracias verdadeiras não admitem que se coloque o povo contra o povo, ou o povo contra as suas instituições”, disse ele em um pronunciamento no STF.
Durante o discurso nas manifestações, o presidente se referiu diretamente à FUX quando mencionou que não poderia continuar aceitando um certo membro da corte.
“Ou o chefe desse poder enquadra o seu ou esse Poder pode sofrer aquilo que não queremos”, disse Bolsonaro.
Bolsonaro estava se referindo ao Alexandre de Morares, ministro responsável por aberturas de inquérito contra o chefe do Executivo.
Saiba mais
AGENDA
O grande destaque do dia para o Brasil é a publicação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente ao mês de agosto. Os dados são publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com expectativas de alta mensal de 0,71%.
Durante a madrugada, foram publicados dados da balança comercial alemã, que terminou o mês de julho registrando um superávit de 17,9B.
Em Portugal, a balança comercial fechou o mês de julho registrando um déficit de -4,42B.
Às 8h30, teve discurso de Andrea Enria, presidente do Conselho de Supervisão do Banco Central Europeu (BCE).
No mesmo horário, na Zona do Euro, é publicada a declaração de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e a decisão quanto a taxa de juros para o mês de agosto.
Às 9h30, tem coletiva de imprensa com membros do Banco Central Europeu (BCE).
Às 9h30, mas dessa vez nos Estados Unidos, são publicados os dados de pedidos iniciais por seguro-desemprego, com expectativa de queda ante os dados da semana anterior.
Às 14h e 15h, discursam Michelle W. Bowman e Williams, membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC).
BOLSAS E CÂMBIO
Com o futuro dos pacotes de estímulos dos EUA incerto, as bolsas europeias amanhecem registrando baixas nos seus principais índices.
Um recente relatório do Fed indica que a nova variante de COVID-19 gera danos principalmente na área de geração de emprego do país, com os últimos índices indicando uma desaceleração da economia.
Ainda é difícil dizer se os danos gerados pela variante Delta do novo Coronavírus irão provocar mais uma onda de pacotes de estímulos aprovados pelo governo norte-americano.
Além disso, o mercado aguarda que o Fed diminua seu programa de compra de ativos, que dá liquidez ao Dólar.
Às 8h da manhã:
- STOXX 600 (STOXX): -0,47%, indo a 465,68 pontos
- DAX (GDAXI): –0,27%, indo a 15.567,55 pontos
- FTSE 100 (FTSE): -1,16%, indo a 7.012,95 pontos
- CAC 40 (FCHI): -0,24%, indo a 6.652,77 pontos
- FTSE MIB (FTMIB): –0,43%, indo a 25.766,00 pontos
Também em tom negativo, os índices asiáticos são afetados pela incerteza das políticas econômicas dos Estados Unidos.
Os economistas também estão de olho nas pressões regulatórias que atingem grandes companhias do setor de tecnologia do país.
- Hang Seng (HK50): -2,30%, indo a 25.716,00 pontos
- KOSPI (KS11): -1,53%, indo a 3.114,70 pontos
- Shanghai Composto (SSEC): +0,49%, indo a 3.693,13 pontos
- Nikkei 225 (N225): -0,57%, indo a 30.008,19 pontos
- Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): -0,04%, indo a 4.970,01 pontos
Às 8h da manhã, os índices futuros dos EUA apresentam resultados negativos:
- Nasdaq 100 Futuros: –0,19%, indo a 15.590,90 pontos
- Dow Jones Futuros: –0,25%, indo a 34.943,60 pontos
- S&P 500 Futuros: –0,24%, indo a 4.503,30 pontos
Acompanhe as cotações do Dólar e o Euro na manhã desta quinta-feira (09):
- Às 9h03, o Dólar caiu –0,15%, a R$ 5,30
- Às 9h03, o Euro caiu –0,02%, a R$ 6,28
Foto: Agência Brasil / Divulgação