De acordo com dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conhecido como a inflação oficial brasileira, fechou agosto registrando 0,87%.
É uma desaceleração comparado com o mês imediatamente anterior, quando a inflação fechou em 0,96%. É, porém, a maior variação para um mês de agosto desde 2000, quando o índice foi de 1,31%.
Na somatória de 2021, a inflação registra alta de 5,67%, já ficando acima do teto da meta estipulado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 5,25%.
Nos últimos 12 meses, a inflação ficou em 9,68%, acima dos 8,99% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Dos nove grupos estudados pelo IBGE, oito apresentaram alta no mês de agosto. A maior variação (1,46%) e o maior impacto (0,31 p.p.) vieram do grupo Transportes. Depois, veio do grupo de Alimentação e bebidas (0,29 p.p., 1,39%).
Na sequência, veio Habitação (0,68% e 0,11 p.p.), cujo resultado ficou abaixo do registrado em julho (3,10%).
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Quanto ao grupo de transportes, a maior influência veio dos combustíveis (2,96%), que acelerou frente ao mês anterior (1,24%). Nos combustíveis, a gasolina subiu 2,80% e foi o item com maior impacto individual no índice do mês (0,17 p.p.).
A alta nos combustíveis é um fator de extrema preocupação para o brasileiro, com algumas capitais registrando uma gasolina acima de R$ 7,00. A alta nos preços é influenciada principalmente pelos reajustes promovidos pela Petrobras, que segue o modelo internacional de variação de preços.
“Os veículos próprios, que haviam subido 0,96% em julho, registraram alta de 1,16% em agosto. Os automóveis usados (1,98%), os automóveis novos (1,79%) e as motocicletas (1,01%) permaneceram em alta e contribuíram conjuntamente com 0,10 p.p. no IPCA de agosto”, disse o IBGE.
Quanto ao grupo de alimentação e bebida (1,39%), houve uma aceleração comparado com os dados do mês imediatamente anterior (0,60%).
“A alimentação no domicílio passou de 0,78% em julho para 1,63% em agosto, principalmente por conta das altas da batata-inglesa (19,91%), do café moído (7,51%), do frango em pedaços (4,47%), das frutas (3,90%) e das carnes (0,63%). No lado das quedas, destacam-se a cebola (-3,71%) e o arroz (-2,09%)”, diz o IBGE.
O resultado do grupo Habitação (0,68%) foi influenciado pela alta da energia elétrica (1,10%), que desacelerou em relação ao mês anterior (7,88%). O mês passado foi marcado pelo início do vigor da taxa extra cobrada pela bandeira vermelha nível dois.
INPC
Segundo a pesquisa do IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,88% em agosto, 0,14 p.p. abaixo do resultado de julho (1,02%).
“No ano, o indicador acumula alta de 5,94% e, em 12 meses, de 10,42%, acima dos 9,85% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2020, a taxa foi de 0,36%”, disse o IBGE.
Foto: Agência Brasil / Reprodução