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Dólar volta a disparar e passa de R$ 5; entenda o que causa a alta volatilidade

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Mesmo passando por quedas no início do mês de abril, o Dólar voltou a subir perante o Real considerando as variações da última semana. Às 14h10 desta quarta-feira (27), a moeda está valendo R$ 4,98, com baixa de 0,10%, mas chegou a passar de R$ 5,03 pela manhã. 

Foi o maior patamar da moeda desde a terceira semana de março. No dia 4 de abril, o Dólar chegou a valer R$ 4,60. 

Comparado com os patamares da moeda norte-americana de janeiro deste ano, porém, ainda existe uma queda acima de 10%. 

O Ibovespa, por outro lado, principal índice de referência da Bolsa de Valores brasileira, fechou ontem (26) em queda pelo sétimo dia de pregão consecutivo, a 108.213 pontos. 

Para tentar conter a alta volatilidade da moeda norte-americana, o Banco Central (BC) efetuou uma operação de swap, vendendo US$ 500 milhões nesta terça-feira (26). 

Mais uma vez, o cenário geopolítico global está no radar dos investidores. Na China, a política de Covid Zero já colocou Shenzhen sob confinamento, e mais recentemente Xangai, com 25 milhões de pessoas. 

A medida acontece após o país registrar números recordes de novos casos e óbitos por COVID-19. Embora os números sejam muito menores que os registrados no pior momento da pandemia na Europa, Estados Unidos ou Brasil, a política do governo da China quer ser a mais bem sucedida apesar dos danos econômicos. 

Um dos efeitos provocados pelo confinamento é um setor industrial profundamente prejudicado. A cadeia global de distribuição também acaba registrando danos, podendo inclusive levar o mundo à uma recessão em um pior cenário. 


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O governo chinês emitiu comunicados informando que conseguirá segurar a economia do país e preservar o crescimento econômico, mas o registro recorde de casos de COVID-19 em Pequim eleva as suspeitas de que a capital do país entrará em lockdown em um futuro próximo. 

A desestabilização da cadeia global de distribuição, que já estava prejudicada antes mesmo dos problemas recentes relacionados à pandemia, atinge diretamente países emergentes como o Brasil. 

Um dos pretextos que fizeram o Real ganhar seu valor ante o Dólar no início do mês é o recente boom nos preços das commodities. O novo ciclo é resultado da guerra na Ucrânia, que além de prejudicar as rotas de comércio no Mar Negro, atinge em cheio o mercado energético e de alimentos. 

O Brasil, neste caso, como um grande exportador, saiu na vantagem. A quarta semana de abril fechou com um superávit de US$ 19,26 bilhões na balança comercial considerando o acumulado do ano. Comparado com os resultados do mesmo período do ano passado, é uma alta de 13,7%. 

Além dos problemas relacionados à China, o desempenho do Dólar é impulsionado pela perspectiva de alta nas taxas variáveis de juros dos Estados Unidos. Segundo sinalizações do Federal Reserve (Fed) do país, um novo aumento já deve acontecer em maio. 

Embora os fatores externos, em sua maioria, sejam as razões para a volatilidade recente da moeda norte-americana, o sentimento de incertezas domésticas pode impactar o Real conforte o ano avança. 

Adiante dos atritos recentes do Planalto com o Supremo Tribunal Federal (STF), os economistas estão de olho no desenvolvimento das eleições presidenciais de 2022, que quase sempre são sinônimos de volatilidade no mercado. 

Juan Tasso - Smart Money

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