Notícias

Ibovespa deve se recuperar plenamente em 2021

3 Minutos de leitura

O Ibovespa, principal índice de ações do Brasil, segundo pesquisa promovida pela agência de notícias Reuters, só vai chegar perto de suas marcas recordes, lá pela metade do ano de 2021. Isso ainda vai depender do risco de uma nova onda de infecções pelo Covid-19. O cenário fiscal no Brasil também tem sua parcela de responsabilidade nestes números, aponta a Reuters.

A Bolsa de Valores brasileira deve liquidar parte expressiva da perda com os efeitos econômicos do Covid-19 até o final de 2020, encerrando o ano com uma um salto de 70% em relação às mínimas de março. Mesmo com este índice representativo, permanecerá aquém do recorde de janeiro, quando quase bateu 120 mil pontos.

Economistas apontam que o Ibovespa encerra este ano em 108 mil pontos, nível 1,6% abaixo do fechamento da terça-feira (24) e 6,6% menor do que o encerramento de 2019 – e alcance 117.500 pontos até a metade de 2021, segundo a mediana de 10 estimativas compiladas pela Reuters entre 12 e 23 de novembro.

A incerteza que vem aumentando e a expectativa de um novo lockdown na Europa e nas Américas, provoca um panorama mais pesado, pois se acontecer realmente, vai se refletir na recuperação do Ibovespa, que se dará em ritmo mais lento. Outro fator que reforça expectativas de que o Ibovespa não vá além deste nível até o final de 2021, está associado a conjuntura atual das contas públicas do País e a posição do presidente Jair Bolsonaro.

Há uma semana, a agência de classificação de risco Fitch Ratings validou a nota de crédito soberano “BB-” para o Brasil, com cenário negativo e alertou sobre os riscos fiscais do País em um ambiente político controverso e ainda o ressurgimento global das infecções pelo coronavírus.O que os economistas avaliam é que somente uma definição tanto política quanto econômica fará com que os investidores retornem para exposição em, ativos de risco no Brasil. 

Ainda de acordo com a pesquisa da Reuters, no México, o índice S&P/BMV IPC deve voltar aos índices pré-coronavírus no final de 2021, avançando para 46.000 pontos, enquanto as previsões sinalizam que fechará 2020 em 41.500 pontos. Embora longe de seu recorde de 2017 (51.713,28 pontos), a estimativa para o ano que vem foi muito positiva, bem mais do que a projetada em pesquisa realizada há três meses, em 42.600 pontos. A explicação é simples: pela especulação de que o banco central do México manterá uma postura mais favorável a taxas de juros mais baixas e menor preocupação com a inflação, conhecida no mercado econômico como.’dovish’., garantindo desta forma uma recuperação econômica que necessita de entusiasmo efetivo pelos seus vizinhos. Isso se a taxa de juros do México permanecer em 4,0% – o que se espera – estendendo rendimentos reais negativos, com investidores indo em busca de retornos no mercado acionário local.

Para o gestor de renda variável da GX Investimentos, Guilherme Gomes, o mercado já compreende como o vírus afeta a economia, assim como já possui uma expectativa em cima da fase de testes avançada das vacinas, para que este momento seja superado. “Com isso, estamos tendo uma recuperação próximo ao nível de “preço justos” dos papéis, onde retorna a expectativa do pânico gerado na crise, que se mostrou menos prejudicial à economia. Isso fez com que os papéis, desvalorizados, voltassem a ter preços justos no momento”, observa Gomes.

Ele aponta ainda que o que impacta essa continuidade de crescimento – e complicado a voltar acima dos 120 mil pontos até o final deste ano – por exemplo, é essa questão da segunda onda, que o mercado vem ignorando em função de vacinas. “Mas se o vírus continuar crescendo de forma exponencial, o mercado vai compreender que terá que voltar a ter lockdown e este sim é prejudicial à economia, porque com essa restrição, você tem um regresso na recuperação e assim a economia não evolui como as expectativas”, frisa Guilherme Gomes.

O governo brasileiro, para conter a questão do coronavírus, aumentou os gastos em cima de auxílios e liberação de créditos. “Isso fez com que seja exposto nosso problema crônico, que é o fiscal, muito baseado na inflação. Já tivemos um aumento das prévias de inflação nos últimos meses e isso vem sendo monitorado tanto pelo Banco Central como pelos investidores. Para termos a recuperação esperada, precisamos que a inflação pare de crescer e que as vacinas tragam a solução para o Coronavírus. Isso fará com que a gente atinja um nível mais alto do que o fechamento do ano passado”, finalizou o gestor de renda variável da GX Investimentos.

Foto: Freepik

smart.money

Postagens relacionadas
Notícias

Setor de Serviços surpreende e cresce 0,9% em maio, acima das expectativas

1 Minutos de leitura
O volume de serviços no Brasil apresentou um crescimento surpreendente de 0,9% em maio, superando a previsão dos analistas de uma alta…
Destaques do diaNotícias

Relatório Focus: projeções para Inflação de 2023 e 2024 caem, enquanto expectativas para o PIB aumentam

1 Minutos de leitura
Em uma nova edição do Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, as projeções para a inflação brasileira de 2023 e 2024 foram…
Notícias

IBC-Br surpreende e cresce 0,56% em abril, superando expectativas do mercado

1 Minutos de leitura
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou um crescimento…