De acordo com dados divulgados na manhã desta quarta-feira (19), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Reino Unido subiu para a maior taxa acumulada em 40 anos.
A inflação foi de 10,1% em setembro considerando a soma dos últimos 12 meses, acima da alta de 9,9% registrada em agosto.
Na taxa mensal, a alta foi de 0,5%, surpreendendo as expectativas do mercado de uma expansão de 0,4% no mês.
Os preços da alimentação foram um dos maiores impactos do mês, subindo 14,6% nos últimos 12 meses. Também subiram os transportes, em 10,9%, enquanto bens de consumo domiciliar expandiram 10,8%.
O governo britânico reconhece que passa por uma enorme crise inflacionária e promete considerar como prioridade máxima a proteção da população contra a alta nos preços.
Uma dessas medidas deve distribuir cheques para a população conseguir pagar suas contas de luz. As cobranças energéticas também terão um teto, de £ 2,5 mil por ano.
Nesta semana, o Reino Unido também passa por um verdadeiro pesadelo fiscal, mas as reviravoltas podem ajudar a deslocar o IPC para baixo nos próximos meses.
Saiba mais
Inflação da zona do euro tem revisão para baixo em setembro
Na sexta-feira (14) passada, o então ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, foi demitido após apresentar um plano fiscal considerado como “desastroso” pelo mercado. A situação fez a Libra Estrelina registrar seu menor valor ante o Dólar.
O plano contava com um custo de £ 32 bilhões por ano para aumentar os empréstimos e reduzir os impostos dos mais riscos, revisando a cobrança de dividendos e reduzindo a alíquota máxima de cobrança do Imposto de Renda de 20% para 19%. Tudo isso como uma tentativa de recuperar um crescimento econômico.
O problema é que as medidas provavelmente jogariam ainda mais pressões sobre a inflação.
Na segunda-feira (17), o novo ministro das Finanças, Jeremy Hunt, disse que voltará atrás nas medidas, aliviando o sentimento do mercado. Mesmo assim, as pressões cresceram sobre o governo da primeira-ministra Liz Truss.
As pressões inflacionárias no Reino Unido não são exclusivas no continente europeu, que hoje passa por uma crise energética provocada pela guerra na Ucrânia. Países como Alemanha também aprovaram medidas de proteção a população, que viu suas contas de luz subirem muito no último ano.
Para o mercado, o cenário de recessão no continente é praticamente uma certeza, mas a gravidade do problema vai depender da condução do Banco Central Europeu (BCE) e do desenvolvimento do conflito no leste europeu.
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