Em meio a uma crise energética continental, o governo da Alemanha decidiu nesta quinta-feira (18) por cortar um dos impostos que incidem sobre os produtos energéticos que chegam para o cidadão do país.
O imposto sobre valor agregado (IVA) será temporariamente reduzido de 19% para 7% para o gás natural. A intenção é proteger os consumidores após a disparada de preços da commodities. A medida entra em vigor em outubro com a intenção de durar até o fim do ano que vem.
Hoje, o gás natural está custando acima do registrado assim que o conflito na Ucrânia iniciou. De acordo com dados das 16h desta quinta-feira (18), os contratos futuros do TTF holandês estavam custando € 239 por megawatt-hora.
O índice alemão do mercado energético já subiu 500% em relação ao ano passado, segundo dados da Bloomberg, o que analistas estão chamando de “tempestade perfeita” em construção no continente. Ontem (17), o índice chegou a atingir € 505 por megawatt-hora.
É um sintoma direto das incertezas que pairaram sobre o mercado nas últimas semanas. Hoje, a Europa está em uma corrida contra o tempo para a montagem de estoque para o inverno, que embora esteja adiantado em sua agenda, ainda causa receios no mercado por conta da principal fornecedora de gás para o continente.
Existe a suspeita de que a Rússia promoveu intensos cortes no suprimento de gás natural através da companhia Gazprom como um instrumento de retaliação após a aplicação dos pacotes de sanções. Hoje, o principal gasoduto do continente, o Nord Stream 1, que parte do país russo e chega na Alemanha, está funcionando a 20% de sua capacidade.
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Além da promoção de cortes de impostos, a Alemanha também pretende cortar o consumo de gás natural em 20% até o início do inverno. Isso porque embora a montagem dos estoques estejam duas semanas adiantadas, setores energéticos alemães acreditam que o próximo inverno, de 2023, pode ser tão pressionado como o deste ano.
A crise energética europeia deve atingir não só o mercado consumidor, como o crescimento econômico do bloco nos próximos trimestres. Em entrevista para a Bloomberg TV, Amrita Sen, diretor de pesquisas da Energy Aspects, disse que o Produto Interno Bruto (PIB) encolherá em 1,4% em 2023.
“Nós estamos em uma situação em que a demanda continua alta. Nós já estamos observando a demanda racionada no setor industrial na Europa”. Ela, assim como o ministro de Economia da Alemanha, Robert Habeck, não descartam a possibilidade de a Rússia cortar inteiramente o suprimento de gás natural no futuro.
Caso esse cenário concretize, a atual crise energética europeia deve agravar.
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