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Com fornecimento de gás comprometido, Europa pode enfrentar crise energética

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Nesta quinta-feira (12), a Gazprom anunciou a suspensão da exportação de gás natural por um de seus principais gasodutos, que passa pela Polônia e leva a commodity para a Europa Ocidental. A medida da gigante do gás russa veio em resposta às sanções impostas pela União Europeia (UE) à Rússia por conta do conflito na Ucrânia. 


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A contrassanção russa foi anunciada através de um comunicado no aplicativo de mensagens Telegram. Segundo informado, a medida “significa a proibição de usar um gasoduto pertencente ao grupo EuRoPol GAZ (responsável pela parte polonesa do gasoduto Yamal-Europe) para transportar gás russo via Polônia”. 

Esta não foi, porém, a primeira vez nesta semana que o fluxo de gás russo para o Ocidente foi comprometido. Ontem (11), duas outras novidades ajudaram a colocar em xeque o fornecimento de gás natural para a Europa. 

Na manhã de quarta-feira, a Ucrânia interrompeu o trânsito de gás natural russo que passa pelo leste do país em direção à Europa Ocidental. O fluxo que por Sokhranivka, na região separatista de Donbass, corresponde a cerca de 30% das exportações de gás da Rússia para as nações ocidentais. 

A interrupção parcial do fluxo de gás para a Europa, que ainda não havia acontecido desde o início do conflito, pode trazer problemas energéticos para o Velho Continente. A região é extremamente dependente do gás russo, com 25% das exportações para a Alemanha, por exemplo, passando pelo território ucraniano.  

Também ontem, Moscou anunciou o sancionamento da Gazprom Germania, subsidiária da gigante russa que está sob tutela do governo alemão desde o mês passado. Segundo o vice-chanceler alemão Robert Habeck, algumas subsidiárias da Gazprom Germania já não recebem gás russo. 

“A Gazprom (Germania) e suas subsidiárias são afetadas”, disse Habeck à câmara baixa do Bundestag – parlamento alemão. “Isso significa que algumas das subsidiárias não estão recebendo mais gás da Rússia. Mas o mercado está oferecendo alternativas”. 

Habeck afirma que, até o momento, os estoques estão em níveis seguros. A Alemanha é a nação europeia com maior dependência do gás russo, com cerca de 60% do seu fornecimento de gás antes do conflito iniciar vindo da Rússia. Desde o início da invasão ao território ucraniano, no entanto, o país diminuiu a participação do gás russo no mercado doméstico para 35%. 

Em abril, Moscou havia interrompido o fornecimento direto de gás para Polônia e Bulgária porque os países não concordaram com as condições de pagamento impostas pelo Kremlin, que passou a exigir o pagamento em rublos pelas vendas de gás natural. 

No entanto, ambos os países continuaram a receber gás redirecionando a commodity da Alemanha através do gasoduto Yamal-Europe. Com o gasoduto sancionado pelo governo russo, a cadeia de fornecimento fica comprometida e começam a crescer os riscos de uma crise energética na Europa Ocidental. 

Guilherme Guerreiro

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