Os dados divulgados nesta quinta-feira (15) pelo Census Bureau e Department of Labor dos Estados Unidos acerca do mercado varejista e pedidos por seguro-desemprego acabaram mostrando sinais conflituosos sobre a economia do país.
O núcleo do setor do varejo teve uma retração não esperada pelo setor econômico de 0,3% em agosto, enquanto a maioria das projeções apontavam para uma expansão de 0,1% no setor. No mês passado, o núcleo havia subido 0,4% na taxa mensal.
O índice é olhado de perto pelo mercado econômico pois pode afetar negativamente o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no terceiro trimestre do ano.
É a primeira retração no núcleo do varejo desde dezembro do ano passado, quando o setor teve recuo de 2,3%. Considerando o índice do varejo considerando as vendas do setor automobilista, alimentação, gasolina e materiais de construção, porém, houve uma expansão de 0,3%, um pouco acima do esperado pelo setor econômico.
No acumulado dos últimos 12 meses, o índice geral do varejo norte-americano apresentou expansão de 9,10% em agosto, abaixo dos 10,02% de julho.
Os pedidos iniciais por seguro-desemprego, porém, surpreenderam positivamente, registrando 213 mil pedidos segundo a divulgação de hoje do Department of Labor, menor que os 226 mil previamente estipulados.
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Inflação dos EUA desacelera e encerra agosto em 8,3%
Com uma inflação alta e disseminada atingindo todos os setores da economia norte-americana, os índices divulgados hoje acabam enviando sinais conflituosos. Os dados do varejo sugerem que a demanda por trabalhadores continua forte no país, apesar de um mercado varejista que parece ter desacelerado.
A inflação desacelerou no mês de agosto para 8,3% na taxa anual com uma alta mensal de 0,1%, dado influenciado principalmente pela queda de 10,6% no índice da gasolina. O indicador dos alimentos, por outro lado, subiu 0,8%, com a alimentação ao domicílio subindo 0,7%. Na taxa anual, subiu 11,4%, a maior alta acumulada desde 1979.
Os indicadores econômicos também são acompanhados de perto pelo Federal Reserve (Fed) para definir os próximos passos da definição de política monetária. De acordo com o chairman, Jerome Powell, as definições do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) levarão em conta o desenvolvimento desses indicadores e do cenário econômico do país.
As duas últimas reuniões de política monetária contaram com ajustes de 75 pontos-base cada, com a maioria das projeções indicando que um terceiro reajuste na mesma magnitude será efetuado na reunião marcada para o dia 21 de setembro.
De acordo com a plataforma FedWatch Tool do CME Group, porém, existe uma possibilidade tangível do Fed optar por um ajuste de 100 pontos-base, o que seria o maior em quatro décadas.
Existe uma probabilidade de 22%, de acordo com a CME Group, por um ajuste de 100 pontos-base, enquanto a maior parte, 78%, projetam um terceiro reajuste de 75 pontos-base na taxa variável.
No início da semana, porém, antes do mercado digerir os últimos dados inflacionários do país, o sentimento era bem diferente, com 91% de probabilidade para um ajuste de 75 pontos-base nas taxas e 9% projetando um ajuste de 50 pontos-base.
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