Um novo capítulo se abriu na extensa crise energética europeia neste fim de semana. Na sexta-feira (02), a Gazprom, principal companhia energética russa, anunciou que paralisará o fluxo de gás natural via Nord Stream 1, gasoduto que liga a Rússia com a Alemanha, por tempo indeterminado.
O anúncio acontece após o início do período de manutenção não programada no gasoduto, situação bem diferente do período de manutenção programada de dez dias efetuada em julho.
No fim de semana, a Gazprom havia alegado problemas com vazamento de gás, mas anúncios do Kremlin da tarde desta segunda-feira (05) contradizem as notas técnicas.
De acordo com o porta-voz do presidente Putin, Dmitry Peskov, as sanções aplicadas pela União Europeia (UE), Canadá e Estados unidos são as culpadas pelos constantes interrompimentos no suprimento de gás natural.
“Os problemas de bombeamento de gás surgiram por causa das sanções que os países ocidentais introduziram contra nosso país e várias empresas. Não há outras razões que possam ter causado esse problema”, disse o porta-voz.
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A declaração confirma as hipóteses de autoridades europeias de que os cortes promovidos pela Gazprom eram um instrumento de retaliação de Putin. Antes de fechar, o Nord Stream 1 já operava a 20% de sua capacidade total.
A guerra na Ucrânia e as interrupções no fluxo de gás natural já provocam uma crise energética histórica na Europa. Com os preços energéticos subindo para níveis recordes, governos como o da Alemanha e Reino Unido foram obrigados a passarem medidas de benefícios para a população para mitigar os efeitos das pressões inflacionárias.
De acordo com os contratos para novembro do gás holandês, o TTF, que serve como benchmark para o continente europeu, os preços estão em € 251 por megawatt-hora nesta segunda-feira (05), acima dos preços registrados no início da guerra na Ucrânia.
As economias do continente se preocupam com a montagem de estoque para o inverno deste ano, mas setores econômicos já cogitam que o próximo ano pode ser ainda mais desafiador.
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