Dados oficiais publicados nesta segunda-feira (20) mostram que as importações de petróleo russo na China subiram 55% em maio ante o mesmo período do ano passado. Com uma importação de aproximadamente 1,98 milhão de barris por dia (bpd), o volume ficou 24,5% acima do registrado em abril deste ano.
Com os números, a Rússia ultrapassou a Arábia Saudita e assumiu a posição de principal fornecedor de petróleo cru para o mercado chinês. Em um momento em que a Rússia sofre com as mais severas sanções econômicas da história, as refinarias chinesas se beneficiam dos embargos comprando petróleo com desconto do país eslavo.
A Rússia voltou ao topo da lista de fornecedores de petróleo para a China após 19 meses. Os dados mostram ainda que Moscou tem conseguido achar compradores para suas commodities energéticas mesmo com as sanções impostas pelo Ocidente. Além do petróleo, a China também intensificou a compra de outras commodities vindas da Rússia, como gás natural liquefeito (GNL) (+54%), carvão (+5,2%), cobre refinado (+15%) e paládio (+19%)
Segundo o Kremlin, a presidência russa, os presidentes Vladimir Putin e Xi Jinping decidiram aumentar a cooperação entre os dois países das sanções impostas a Moscou, consideradas ilegais pela Rússia.
Desde o início do conflito no leste europeu, no final de fevereiro, as principais potências do Ocidente implementaram uma série de sanções em resposta à invasão russa na Ucrânia. Moscou, em contrapartida, adotou uma série de medidas para tentar conter os impactos da guerra na economia russa, como a exigência de pagamento em rublos pelas exportações russas – movimento que fez a moeda oficial do país se tornar a moeda que mais se valorizou ante o dólar em 2022.