Internacional

BCE: taxa de juros começará a subir a partir de julho

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De acordo com declarações da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, feitas nesta segunda-feira (20), as taxas de juros da Zona do Euro começarão a aumentar a partir do mês de julho com um ajuste de 25 pontos-base. 

Segundo ela, essa decisão deve assegurar os planos do BCE de manter as taxas inflacionárias dentro da meta de 2%. Ela também disse que um novo reajuste, talvez de maior magnitude, pode acontecer em setembro deste ano. 

“Estas decisões sustentam nossos compromissos anteriores de ajustar todos os nossos instrumentos dentro de nosso mandato, incorporando flexibilidade se necessário, para assegurar que a inflação se estabilize dentro da meta”, disse Lagarde. 

As pressões inflacionárias acima da meta são “claramente um desafio”, classifica a presidente do BCE. Por isso, o bloco deve manter aumentos graduais nas taxas de juros, que hoje estão zeradas, após setembro. 


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Importações de petróleo russo disparam na China


O BCE seguirá os passos do Reino Unido e Estados Unidos, que já iniciaram suas curvas de reajustes nas taxas de juros. Nos EUA, cuja taxa variável foi elevada para o intervalo de 1,5% e 1,75%, a inflação ainda está no pior patamar dos últimos 40 anos, além de abrigarem um mercado cada vez mais ansioso com a possibilidade de uma recessão. 

A inflação é um problema global, agravado pela guerra na Ucrânia, que empurrou uma nova pressão no mercado energético. Com altas severas no petróleo e gás natural, além de problemas que podem desencadear em uma crise alimentar no mundo, a alta nos preços obrigou as grandes economias a reagirem com mais pressa. 

A política de ‘Covid Zero’ na China trouxe novos problemas na cadeia global de suprimentos, que já estava prejudicada antes mesmo do ano começar, quando um isolamento compulsório atingiu grandes centros como Shenzhen e Xangai. O resultado disso pode ser uma leve retração no crescimento econômico global. 

Na Europa, as últimas semanas não foram fáceis para as principais companhias energéticas do continente. A Gazprom, principal empresa energética russa, promoveu intensos cortes no fornecimento de gás natural para a Alemanha e Itália, provocando altas severas da commodity e enviando mais uma onda de choque no continente. 

É uma resposta direta as sanções impostas pelos países europeus contra o governo de Putin. O governo de Moscou também obrigou os países a efetuarem pagamentos em Rublos pelo gás natural, que geralmente eram feitos através do Euro. 

Com um cenário incerto, o BCE não descarta a possibilidade de um reajuste de maior magnitude em setembro deste ano. Em referência ao spred nos custos de empréstimo, Lagarde disse que é preciso cortar pela raiz o risco de uma fragmentação financeira entre as nações da Zona do Euro. Para ela, os riscos impostos na estabilidade financeira entre os países estão “crescendo desde o início do ano”. 

Apesar dos altos custos de empréstimo e um crescente sentimento de que o continente pode passar por uma recessão no futuro, a leitura do BCE é de um crescimento estável do PIB dos países. 

Juan Tasso - Smart Money

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