O parlamento da Finlândia aprovou nesta terça-feira (17) a adesão do país à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), movimento que acontece após a escalada das tensões da Rússia com a Ucrânia.
A votação foi encerrada com 188 votos favoráveis e 8 contra.
Na semana passada, o presidente da Finlândia, Sauli Niinisto, e a primeira-ministra do país, Sanna Marin, apoiaram publicamente a entrada do país no bloco:
“A adesão à Otan fortaleceria a segurança da Finlândia. Como membro da Otan, a Finlândia fortaleceria toda a aliança de defesa. A Finlândia deve solicitar a adesão à OTAN sem demora”, disseram os dois líderes do país.
A guerra na Ucrânia praticamente reverteu o sentimento público quanto a adesão à OTAN. De acordo com referendos feitos no ano passado, 30% da população apoiava o acordo. Hoje, mais de 80% das pessoas concordam com a adesão.
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Embora a Finlândia não seja o foco central do governo de Vladimir Putin, o país divide 1.300 metros de fronteira com o país russo. O Kremlin não se esforçou em manter a neutralidade e disse que futuras consequências são esperadas caso o país nórdico entrasse em um acordo com a OTAN.
A Suécia, país vizinho da Finlândia, anunciou ontem (16) que também pretende entrar na OTAN assim que possível. A avaliação da primeira-ministra Madgalena Andersson é de que o acordo é crucial para garantir a segurança do país diante de uma possível ameaça russa. Na manhã de hoje, ela formalizou o pedido em carta.
“Parece muito grande, muito sério, e parece que chegamos a uma conclusão que é a melhor para a Suécia. Não sabemos quanto tempo vai demorar, mas calculamos que pode levar até um ano”, disse ela.
Atualmente, as diretrizes do bloco garantem o apoio militar de todos os países membros caso alguma nação pertencente à OTAN seja invadida.
Embora a Finlândia tenha demonstrado seu interesse e a OTAN já tenha dito que deve recebê-la de braços abertos, o país pode enfrentar uma resistência da Turquia de Erdogan na votação final do bloco.
Todos os 30 membros precisam de um parecer favorável para a entrada ao bloco ser efetivada. Erdogan, por outro lado, argumenta que deve vetar a entrada pois os países nórdicos teriam recebidos como refugiados extremistas curdos.
“Nenhum desses países possuem uma atitude clara e aberta quanto as organizações terroristas”, argumenta o presidente turco. “Como podemos confiar neles?”.