O Secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, anunciou agora a pouco que deve enviar tropas para as regiões aliadas próximas à Rússia, como Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia.
“Estamos enviando forças terrestres e aéreas defensivas adicionais para a parte leste da aliança, assim como ativos marítimos adicionais. Elevamos a prontidão de nossas forças para responder a todas as contingências”, diz um comunicado da OTAN.
Os países próximos à Rússia solicitaram uma reunião de emergência na OTAN e anunciaram a invocação do Artigo 4 da aliança. De acordo com as normas, medidas enfáticas de proteção militar devem ser feitas caso “a integridade territorial, a independência política ou a segurança de qualquer uma das partes estiver ameaçada”.
As medidas são uma resposta imediata à invasão em massa promovida pela Rússia na madrugada desta quinta-feira (24). O presidente Vladimir Putin anunciou uma operação militar especial na Ucrânia ao mesmo tempo em que uma cúpula de emergência na Organização das Nações Unidas (ONU) tentava encontrar razões diplomáticas para dar um fim ao conflito.
Durante o seu discurso, Putin disse que “quem interferir levará a consequências nunca antes experimentadas na história”. Na visão do governo de Moscou, a Ucrânia é um país que a mundo tempo flerta com os Estados Unidos, OTAN e União Europeia (UE), se afastando das influências do governo russo.
“Toda responsabilidade será do regime da Ucrânia. Todas as decisões já foram tomadas. A verdade está do nosso lado. Os objetivos serão atingidos”, disse Putin nesta madrugada.
Menos de uma hora após o pronunciamento oficial, que foi transmitido ao vivo na TV, diversas cidades no leste da Ucrânia foram bombardeadas e invadidas por tropas russas.
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Diferente de outras investidas militares, o ataque promovido nesta madrugada atingiu pontos estratégicos no leste europeu, principalmente nas regiões separatistas, assim como a capital do país, Kiev, onde bases militares e aeroporto foram bombardeados.
Pouco tempo após os primeiros relatos de bombardeios, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zenlensky, divulgou uma mensagem pedindo por calma e anunciando que o país entraria em uma lei marcial.
“Caros cidadãos ucranianos, esta manhã o presidente Putin anunciou uma operação militar especial em Donbas. A Rússia realizou ataques contra nossa infraestrutura militar e nossos guardas de fronteira. Ouviram-se explosões em muitas cidades da Ucrânia. Estamos introduzindo a lei marcial em todo o território do nosso país”, disse Zenlensky.
O presidente ainda disse que o “exército está trabalhando”, e que irão “vencer todos porque somos a Ucrânia”.
Segundo um anúncio do ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, a invasão da Rússia foi em “larga escala”. O exército ucraniano, segundo ele, já abateu 50 soldados russos e 6 jatos militares.
“É uma guerra de agressão. A Ucrânia vai se defender e vencer. O mundo pode e deve frear Putin. A hora de agir é esta”, disse Kuleba.
Foto: Reuters / Reprodução