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Barril de petróleo passa de US$ 100 e atinge o maior valor em oito anos 

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De acordo com dados desta quinta-feira (24), às 10h40, o preço do barril de brent, do Mar do Norte, atinge US$ 104.76, com alta de 7,40%. É o maior valor para a commodity desde setembro de 2014. 

A alta expressiva do preço do barril de petróleo é uma reação do mercado ao desenvolvimento das tensões no leste europeu. Na madrugada desta quinta-feira (24), a Rússia promoveu uma invasão em massa na Ucrânia, incluindo bombardeios na região da capital Kiev. 

Do ponto de vista do mercado, um conflito no leste europeu é de extrema preocupação para o mercado energético e para as rotas de distribuição de produtos alimentícios. A Rússia hoje é um segundo maior exportador de petróleo do mundo, e o terceiro produtor. 

Atualmente, cerca de 60% do abastecimento energético que chega na Europa vem da Rússia. 38% do total das importações de gás natural, por exemplo, vem do país russo, sendo que a Ucrânia é uma importante “ponte” para os gasodutos. 

Para se ter uma ideia da importância da Ucrânia para o mercado de gás natural, considere que entre os países que fazem “ponte” para os gasodutos que saem da Rússia, a Ucrânia corresponde a uma capacidade total de 110 bcm (bilhões de metros cúbicos de gás natural) por ano, enquanto a Bielorrússia, em segundo lugar, corresponde a 77 bcm ao ano. 

Futuras interrupções no abastecimento de gás natural para a Europa devem pressionar ainda mais os preços da commodity. Em julho do ano passado, o preço dos contratos de gás natural TTF (Title Transfer Facility) estava em cerca de € 18 por MWh. De acordo com dados da plataforma ICE, o preço desta terça-feira (22), às 14h50, está em € 80 por MWh. 

Além de problemas na distribuição, o mercado acompanha de perto a aplicação de sanções por países europeus e Estados Unidos, e as futuras consequências no mercado das commodities. 


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Uma das maiores preocupações de economistas é o tamanho da exposição da Europa e a sua dependência do mercado energético da Rússia. Isso já é um ponto polêmico histórico, e diversas empresas e economistas acusam abertamente o país russo de propositalmente causar disjunções na cadeia de distribuição de gás. 

Além do conflito no leste europeu, o preço do petróleo no mercado internacional é influenciado pelas últimas decisões da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). A organização optou por não aumentar a oferta, mesmo considerando a altíssima demanda do óleo no mundo. 

Segundo a OPEP, a decisão acontece para preservar o mercado caso uma eventual nova variante de COVID-19 paralise novamente o mercado internacional. 

No Brasil, as pressões no mercado internacional de petróleo podem impactar nos preços dos combustíveis. Isso porque os reajustes promovidos pela Petrobras consideram as variações no mercado internacional em Dólar. 

A última vez que a Petrobras anunciou ajustes nos preços que saem das refinarias no dia 11 de janeiro, o petróleo brent estava custando US$ 83 por barril. 

Imagem: Shutterstock

Juan Tasso - Smart Money

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