TALIBÃ TOMA CABUL E ASSUME CONTROLE DO AFEGANISTÃO
Neste domingo (15), o presidente afegão Ashraf Ghani deixou o país após as forças do Talibã tomarem a capital do país. Depois de horas de cerco ao redor de Cabul, o grupo extremista anunciou que tomou controle do palácio presidencial após a fuga de Ghani.
Após avançar para o norte do país nas últimas semanas, o Talibã finalmente chegou à capital Cabul. Após sua fuga, Ghani afirmou em seu Facebook que o Talibã venceu o conflito.
“O Talibã venceu … e agora é responsável pela honra, propriedade e autopreservação de seus compatriotas”, afirmou. “Agora eles enfrentam um novo teste histórico. Ou preservam o nome e a honra do Afeganistão ou dão prioridade a outros lugares e redes”
Abdullah Abdullah, ex-vice-presidente e chefe do Conselho Superior para a Reconciliação Nacional, afirmou em vídeo que o presidente “abandonou a nação”. Abdullah era o responsável pelos processos de negociação com o Talibã para a pacificação da região.
Suhail Shaheen, porta-voz do Talibã, pediu ao presidente Ghani e demais autoridades do governo afegão cooperação para uma transferência de poder pacífica. “Nossa liderança instruiu nossas forças a permanecerem nos portões de Cabul, não a entrar na cidade”, apontou em entrevista à BBC.
“Asseguramos às pessoas, especialmente na cidade de Cabul, que suas propriedades e suas vidas estão seguras”, afirmou Shaheen.
O ministro do Interior, Abdul Sattar Mirzakwal, anunciou uma transferência de poder pacífica com um governo de transição. “Os afegãos não precisam se preocupar, não haverá ataque”, afirmou. “Haverá uma transferência pacífica de poder para um governo de transição.”
Com a vitória do grupo extremista, milhares de afegãos decidiram deixar a capital Cabul neste domingo. No aeroporto internacional da cidade, multidões tentavam entrar em aviões para fugir da cidade.
Com mortos e feridos no local, os Estados Unidos assumiram o controle do aeroporto Hamid Karzai. Por segurança, foram suspensos todos os voos saindo da capital afegã. O órgão regulador da aviação no Afeganistão declarou ter liberado o aeroporto para aeronaves militares e também recomendou que companhias aéreas evitem o espaço aéreo do país.
A retomada do controle do Afeganistão pelo Talibã ocorre 20 anos após o início da ocupação do país por forças internacionais, um esforço liderado pelos Estados Unidos após os ataques de 11 de setembro de 2001.
O Talibã é um movimento tradicionalista islâmico, de orientação sunita. Ele foi formado em 1994 por ex-guerrilheiros afegãos, conhecidos como mujahidin, que haviam participado de um confronto contra forças da União Soviética com apoio dos Estados Unidos. Com o objetivo de estabelecer a sua interpretação da sharia, a lei islâmica, o Talibã tomou Cabul e ascendeu ao poder no Afeganistão pela primeira vez em 1996, ficando até 2001.
Suhail Shaheen vem anunciando algumas medidas não oficiais a serem implementadas pelo novo governo afegão. O porta-voz garantiu o respeito à imprensa, à diplomacia e a autorização para que mulheres possam deixar suas casas sozinhas.
Os direitos das mulheres talvez sejam a principal preocupação da comunidade internacional com o novo governo do Talibã no país. Nos 5 anos em que o grupo governou o Afeganistão, meninas não podiam frequentar a escola e mulheres eram proibidas de trabalhar ou deixar suas casas desacompanhadas. As infratoras estavam sujeitas à penas como espancamento e outras humilhações em praça pública.
A medida de garantir o acesso à educação e ao trabalho para mulheres afegãs é vista como uma tentativa do Talibã de se aproximar da comunidade internacional.
Nesta segunda-feira (16), o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu o estabelecimento de um novo governo no Afeganistão. Segundo a ONU, o novo governo afegão precisa ser “unido, inclusivo e representativo, inclusive com a participação plena, igualitária e significativa das mulheres”. O órgão pede o fim imediato das hostilidades na região.
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TERREMOTOS DEIXAM MAIS DE MIL MORTOS NO HAITI
Neste final de semana, dois terremotos atingiram o Haiti, deixando pelo menos 1297 vítimas e quase três mil feridos. No sul do país, já são mais de 500 óbitos.
Um tremor de escala 7,2 atingiu o país no sábado (14), causando uma enorme destruição nas cidades de Cayes e Jérémie, no sudoeste da ilha. O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) alertou para possibilidade de tsunami na região durante o final de semana, mas já descartou o risco. O tremor foi sentido também em Cuba, República Dominicana e Jamaica.
O primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, decretou estado de emergência em todo o país por 30 dias. O premiê lamentou as mortes e afirmou que o governo já providenciou os recursos para dar apoio às vítimas.
“Meus sentimentos aos parentes das vítimas deste sismo que gerou tantas perdas de vidas humanas e materiais em vários departamentos (províncias) do país”, apontou. “Faço um apelo ao espírito de solidariedade e compromisso de todos os haitianos, a fim de nos unirmos para enfrentar esta situação dramática que vivemos”.
O segundo tremor foi sentido neste domingo. Segundo o Centro Sismológico Europeu do Mediterrâneo (EMSC), o tremor de ontem teve intensidade de 5,9 na Escala Richter.
País mais pobre das Américas, o Haiti vive uma grave crise política e humanitária. O presidente Jovenel Moïse foi assassinado em sua residência no início de julho por um grupo de mercenários, em meio a disputas pelo poder no país.
O Haiti vive também a pior fase da pandemia de Covid-19. Os números não são precisos, já que a capacidade de testes do país é extremamente limitada, mas o sistema de saúde haitiano está operando no limite das suas capacidades há meses. O Haiti também foi um dos últimos países do mundo a iniciar sua campanha de vacinação contra a doença. As primeiras doses, doadas pelo governo dos EUA, chegaram ao país também em julho.
O país ainda lida com escassez de alimentos e uma crescente onda de violência, com gangues de rua espalhadas por toda a capital Porto Príncipe. Cerca de 60% da população vive com menos de US$ 2 (aproximadamente R$ 10) por dia. O Haiti tem um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo (0,51).
ESPANHA BATE RECORDE DE TEMPERATURA DO PAÍS COM 47,4 GRAUS
(Agência Brasil) A onda de forte calor que atinge a Espanha bateu recorde absoluto de temperatura no país nesse sábado (14), com 47,4 graus em Montoro, na província de Córdoba, de acordo com a Agencia Estatal de Meteorologia (Aemet).
Esta poderá ser “a temperatura mais alta registrada na Espanha”, disse o porta-voz da agência, Rubén del Campo, acrescentando que os dados são provisórios e que terão de ser validados nos próximos dias.
A temperatura de 47,4 graus, registrada às 17h de ontem (hora local), é superior ao recorde anterior, estabelecido em 13 de julho de 2017, no mesmo local.
Segundo a agência France Presse, pouco tempo depois foi registrada uma temperatura de 46,9 graus no aeroporto de Córdoba.
A onda de calor continua na Espanha, neste domingo (15), com temperaturas acima de 45 graus em várias regiões.
Essas temperaturas, bem acima do normal para esta época do ano, devem-se à chegada de uma massa de ar muito quente do norte da África, combinada com forte exposição solar, de acordo com a agência meteorológica.
Entre 2011 e 2020, a Espanha registrou o dobro das ondas de calor do que em cada uma das três décadas anteriores.
Os cientistas consideram que esses fenômenos são resultado inegável do aquecimento global e acreditam que é provável que se multipliquem, prolonguem e se intensifiquem.
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BOLSAS E CÂMBIO
Confira os números do mercado europeu:
- STOXX 600 (STOXX): -0,50% (473,46)
- DAX (GDAXI): -0,32% (15.925,73)
- FTSE 100 (FTSE): -0,90% (7.153,98)
- CAC 40 (FCHI): -0,83% (6.838,77)
- FTSE MIB (FTMIB): -0,76% (26.448,76)
Confira os números do mercado asiático:
- Hang Seng (HK50): -0,80% (26.391,62)
- KOSPI (KS11): -1,16% (3.171,29)
- Shanghai Composto (SSEC): +0,03 (3.517,34)
- Nikkei 225 (N225): -1,62% (27.523,19)
- Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): -0,09% (4.941,07)
Confira os números do mercado norte-americano:
- Dow Jones (DJI): +0,31% (35.625,40)
- S&P 500 (SPX): +0,26% (4.479,66)
- Nasdaq Composto (IXIC): -0,20% (14.793,80)
Confira a cotação das principais moedas estrangeiras:
- Dólar: +0,65% (R$ 5,27)
- Euro: +0,48% (R$ 6,21)
Imagem em destaque: R7 / divulgação
