O mandado de prisão contra o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, foi anulado na segunda-feira (26) por um juiz boliviano. Desta forma, o estadista deve voltar a seu país de origem, sem risco de ser preso, depois de mais de um ano exilado, enquanto o país era comandado por uma administração provisória de base conservadora. Morales renunciou em novembro do ano passado após uma eleição contestada, marcada por protestos.
Segundo informações divulgadas pela agência de notícias Reuters, Morales voou para a Venezuela na sexta-feira (23) depois de passar meses na Argentina e não confirmou se vai viajar para a Bolívia e nem mesmo marcou uma data para retorno, embora fontes ligadas a ele tenham revelado que o ex-presidente pretende voltar ao território boliviano em 11 de novembro, exatamente um ano depois de ter deixado o país. O partido de Morales está no poder desde o início de outubro, quando a Bolívia elegeu como presidente Luis Arce, que pertence ao mesmo partido de Morales.
O mandado de busca por rebelião em massa e terrorismo, relacionados às acusações do governo interino, de que o ex-presidente havia causado agitação desde sua renúncia, foi demandado por promotores bolivianos, em dezembro de 2019. Mesmo com a anulação do mandado, a investigação da denúncia ainda está em andamento, disseram autoridades judiciais. É intenção dos promotores expedir uma intimação ao ex-líder, para que possa montar sua defesa quando chamado frente aos tribunais.
Enquanto isso, Morales continua a ser o presidente do partido de Arce, o Movimento ao Socialismo (MAS), considerado de extrema esquerda. Arce informou que, mesmo que o ex-líder continue ainda na liderança do partido, qualquer interferência do ex-presidente se limitará a essa posição.
Foto: Marcos Brindicci/Reuters /Reprodução