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Mercado energético deve enfrentar turbulências por mais tempo, diz CEO da Shell

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O CEO da Shell, Ben van Beurden, disse nesta quarta-feira (29) que o cenário para o mercado energético continuará sendo de incertezas, na medida em que a capacidade ociosa continua baixa e a demanda se recupera. 

As falas foram feitas durante uma coletiva de imprensa. Para ele, os preços no mercado energético podem continuar elevados devido à baixa capacidade de refino dos países, que acaba criando margens maiores entre os preços do petróleo e combustíveis como gasolina e diesel. 

Além disso, segundo ele, substituir todo o fornecimento de gás natural liquefeito (LNG) que sai da Rússia e abastece a Europa, levando em consideração que o país russo é o terceiro maior produtor da commodity do mundo, será “impossível”. 

“Eu acho que será impossível substituir toda a capacidade de fornecimento de LNG”, disse ele. “Se não tomarmos medidas significativas, como economias de energia, talvez com um certo nível de racionamento, será problemático”. 


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O mercado energético enfrenta uma grande turbulência após o início da guerra na Ucrânia. Com a aplicação de sanções pelos Estados Unidos e Europa, o fornecimento de petróleo e gás natural foi profundamente atingido. 

Nas primeiras semanas de conflito, o petróleo chegou a passar de US$ 130 por barril. Hoje, às 15h40, o barril de brent, do Mar do Norte, está custando US$ 116,20. 

A tendência, para alguns especialistas, é que o preço continue alto nas próximas semanas, já que a demanda tende a se recuperar ainda mais enquanto a oferta continua tendo problemas. 

Nos Estados Unidos, a alta severa nos custos da gasolina para o consumidor fez a administração de Joe Biden apresentar uma espécie de “feriado do imposto”, medida que zeraria os impostos federais dos combustíveis para tentar mitigar os efeitos das pressões inflacionárias. 

Caso o custo por galão da gasolina norte-americana continue por volta de US$ 5, a redução seria de 3,6% por três meses. 

Na Europa, a situação é mais complicada. Mais de 60% das importações energéticas do continente são da Rússia. Planos de substituição por fontes mais renováveis e novas fontes de compras já estão em andamento, mas devem demorar para atingirem o efeito desejado. 

No último mês, a Gazprom, principal companhia energética russa, promoveu intensos cortes no fornecimento de gás, especialmente o que chega na Alemanha. Isso acendeu um alerta vermelho nas autoridades europeias, que não descartam a possibilidade de uma interrupção total. 

“Eu acredito que vamos enfrentar uma grande incerteza nos mercados por algum tempo”, acredita o CEO da Shell. 

Ben van Beurden também comentou acerca de uma proposta do G7 de impor um limite nos preços do petróleo. Para ele, uma medida de tal magnitude só seria possível com uma ampla participação dos Estados Unidos e a Europa. Caso contrário, seguirá o que já acontece hoje: países que ainda podem comprar petróleo da Rússia dos Urais. 

Hoje, o petróleo dos Urais está sendo negociado a cerca de US$ 35 a menos se comparado com o brent. 

Juan Tasso - Smart Money

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