O gasoduto Nord Stream 1, que liga a Rússia com a Alemanha, fechou nesta segunda-feira (11) para uma manutenção programada que está prevista para durar 10 dias.
Hoje, o gasoduto é um dos principais pontos de ligação entre a Rússia e o continente europeu. Cerca de 40% do total das importações energéticas do continente parte do país russo, que é o segundo maior extrator de combustíveis fósseis do mundo.
Abaixo, confira o fluxo do gasoduto Nord Stream 1.
Por consequência dos problemas gerados pela guerra na Ucrânia, a manutenção no principal gasoduto que liga a Europa à Rússia não será comum como as anteriores. Isso porque existe um certo receio de que o governo Putin use do período para promover mais cortes no fornecimento de gás natural, até mesmo definitivamente.
No último mês, a Gazprom, companhia russa, promoveu profundos cortes no fornecimento de gás que já havia sido encomendado pela empresa alemã Uniper, a maior importadora da commodity. Segundo a companhia, o corte chegou a ser de 60% em uma semana.
A situação obrigou a Uniper a pedir resgate para o governo alemão neste fim de semana, já que o impacto nas contas passou de € 10 bilhões.
Os cortes são vistos como uma retaliação direta do governo Putin, que foi impactado pelo pacote de sanções europeus e dos Estados Unidos. O sintoma direto nisso foi sentido nos contratos futuros do TTF holandês, que estão custando € 163,50 por megawatt-hora às 16h15 desta segunda-feira (11), próximos ao patamar registrado nas primeiras semanas de guerra na Ucrânia.
Com embates políticos e uma comunicação com a Gazprom praticamente cortada, a hipótese de que o corte no suprimento pode ser definitivo é de baixa probabilidade, mas não é descartada.
Nas palavras do ministro da Economia alemão, Robert Habeck, que acredita em um cenário de “pesadelo” no inverno:
“Tudo é possível, qualquer coisa pode acontecer. Nós temos que nos preparar para o pior”, disse o ministro no domingo (10) para a rádio Deutschlandfunk.
Com receios de que a situação com a Rússia possa piorar, a União Europeia (UE) já colocou em prática extensos planos de troca de fontes energéticas, bem como a compra de gás de outros países, mas essa a transição deve demorar.
Enquanto isso, com um mercado energético incerto e a probabilidade de um corte absoluto no suprimento de gás natural via Nord Stream 1, a Europa se prepara para um inverno que está a cinco meses de acontecer, período que é sempre marcado por maiores demandas da commodity.