A falta de acordo entre o governo federal e os servidores da Receita Federal já começa a gerar danos em um dos principais portos do país. No Porto de Santos, as operações padrões que dependem de auditores da Receita Federal estão paralisados e milhares de litros de combustíveis estão acumulados nos tanques dos terminais.
Com o gargalo na entrada de combustíveis no país, o preço de importação da gasolina e diesel deve ficar mais alto. Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), pode afetar inclusive o preço final para o consumidor nos postos de gasolina.
Outro problema gerado pela paralisação de servidores da Receita é a fila de mais de 800 caminhões na região Norte do país.
“Além da elevação dos preços, a operação padrão iniciada pelos auditores ficais poderá provocar o desabastecimento (de combustíveis) no mês de janeiro de 2022, uma vez que, as refinarias nacionais não têm capacidade para atender a demanda nacional e os volumes importados são necessários para completar o suprimento de diesel e gasolina para as distribuidoras de combustíveis”, disse uma nota da Abicom.
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Servidores da Receita Federal anunciaram uma greve na última semana de dezembro de 2021 em busca de um reajuste salarial e o bônus para a categoria, que não constam no Orçamento para 2022. A paralisação geral também foi impulsionada considerando que apenas os servidores da Polícia Federal, Rodoviária e Penitenciário receberam reajustes no orçamento.
A categoria argumenta a falta de diálogo do governo federal para com a Receita. O tratamento de silêncio se estende para o Banco Central (BC), onde servidores também já anunciaram uma entrega de cargos.
Na Receita Federal, segundo a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco), mais de 1.200 cargos já foram entregues. Enquanto isso, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) anunciou a suspensão dos julgamentos ontem (06) por conta da falta de quórum regimental.
Para o próximo dia 18, uma paralisação nacional com a participação de diversos setores do funcionarismo público busca pressionar ainda mais por diálogos das categorias com o governo.
Foto: Receita Federal / Reprodução