A guerra na Ucrânia desencadeia uma série de efeitos na economia global. De forma imediata, a invasão promovida pela Rússia trouxe uma disparada de preços no mercado energético, visto que o país é um grande exportador de petróleo e gás natural.
O resultado é uma gasolina mais cara em países como o Brasil e Estados Unidos, e um gás natural pressionado na Europa. O petróleo chegou a disparar para US$ 130 por barril nas primeiras semanas de invasão, com ciclos de volatilidade que seguiram preocupando os economistas.
As commodities de forma geral foram afetadas pela guerra. Os alimentos, especificamente, ficaram mais caros no mundo inteiro.
Além do trigo, cevada e milho, exportados pela Rússia e Ucrânia, as disjunções na cadeia de distribuição no Mar de Azov, por exemplo, ao sul da Ucrânia, já provocam receios de uma escassez de produtos básicos.
Segundo o índice de preços globais de alimentos da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) da Organização das Nações Unidas (ONU), os preços de alimentos subiram 12,6% em março na comparação com o mês anterior, o maior patamar desde 1990.
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Abaixo, acompanhe as variações nos preços dos alimentos de 2019 para cá:
De acordo com a FAO, o índice de preços de grãos subiu 17,1% em março. Hoje, a Rússia e Ucrânia correspondem a 19% do mercado internacional de trigo. O índice de vegetais, também pressionado pelo conflito, subiu 23,2% e carnes 4,8%.
As consequências de um mercado alimentício mais caro, segundo uma análise do Center for Global Development, é um aumento da fome do mundo. Estima-se que mais de 40 milhões de pessoas entrem na linha da extrema pobreza devido às altas de preços.
Em resposta à crise de alimentos no mundo, o Comissário Europeu para a Agricultura e Desenvolvimento Rural, Janusz Wojciechowski, disse que a União Europeia (UE) ajudará os produtores ucranianos a garantirem as safras:
“Será fornecida ajuda aos agricultores ucranianos que precisam de 50.000 toneladas de combustível para poder trabalhar em seus campos e manter sua produção nos níveis mínimos para sobreviver”, disse Wojciechowski.