O Reino Unido é a primeira nação entre os países que compõem o grupo do G7 a aumentar suas taxas básicas de juros após a pandemia de COVID-19. A intenção do Banco da Inglaterra (BoE em inglês) é de tentar frear o avanço da inflação.
As taxas de juros foram aumentadas em 15 pontos-base, de 0,10% para 0,25% em um momento em que Boris Johson, primeiro-ministro do Reino Unido, enfrenta uma das suas principais crises desde o início da pandemia.
Atualmente, a escalada da inflação vem preocupando o setor econômico da nação. Nos últimos 12 meses, o acúmulo chegou a 5,1% em novembro, uma alta significativa comparada com a inflação de outubro (4,2%). É a maior inflação acumulada desde 2011.
O Produto Interno Bruto (PIB) também já sente os impactos da inflação. As últimas projeções de especialistas econômicos indicam que o crescimento econômico no quarto trimestre de 2021 deve ficar em 0,5%, metade do projetado anteriormente. Fora a alta dos preços, o avanço da Ômicron também contribuiu para um PIB mais fraco.
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A escalada da inflação é uma preocupação global. Em países desenvolvidos, a retomada econômica, somada às injeções à economia, pressionam a alta dos preços.
Além de uma economia pressionada, o primeiro-ministro enfrenta uma grave crise política. Em 2020, segundo apurações de jornais da nação, ele e sua equipe realizaram encontros presenciais no inverno de 2020, incluindo no Natal, enquanto todo o país passava por um lockdown.
Parte de sua base de apoio no Congresso já começou a abandonar o barco, e as medidas de contenção aprovadas contra o avanço do Sars-CoV-2 precisaram de apoio da oposição.
Como se não se bastassem as crises políticas, o avanço da Ômicron fez com que o Reino Unido registrasse níveis recordes de novos casos de COVID-19. Ontem (15), o país registrou mais de 78 mil novos casos do vírus, um recorde desde o início da pandemia.
Na terça-feira (14), o Reino Unido também confirmou sua primeira morte pela nova variante Ômicron.
Foto: Reuters / Reprodução