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Selic: ata do Copom destaca ‘inércia’ da inflação

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O Banco Central divulgou nesta terça-feira (09) a ata da 254ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada entre os dias 2 e 3 de maio. Na ocasião, o Copom optou novamente pela manutenção da Selic em 13,75% ao ano.


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Copom: Selic continua em 13,75%


Na ata da sua última reunião de política monetária, o comitê destacou que o cenário externo segue adverso, enquanto as expectativas de inflação para 2023 seguem acima do teto da meta estabelecida. Abaixo, você confere os principais destaques da última ata do Copom

Inflação e cenário doméstico

Segundo o BC, a inflação ao consumidor continua elevada. A última leitura do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostrou um avanço de 0,71% em março ante fevereiro, enquanto a última leitura do IPCA-15 — a prévia do IPCA — mostrou alta de 0,57% em abril. 

Em linha com as falas de Roberto Campos Neto, presidente do BC, na semana anterior à reunião do Copom, a ata da última reunião do comitê destaca a ‘inércia’ da inflação. 

“Os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, que apresentam maior inércia inflacionária, mantêm-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação”, aponta a ata do Copom. 

A meta de inflação para 2023 foi definida em 2020 para 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Desta forma, a meta é considerada cumprida caso o IPCA encerre o ano entre 1,75% e 4,75%. 

O comitê aponta ainda que o processo de desinflação está atualmente em seu segundo estágio, no qual se observa uma desinflação mais moderada e observa-se uma desaceleração dos núcleos da inflação — correspondentes à demanda agregada e à política de juros, de acordo com o BC. 

Quanto à atividade econômica, o Copom afirma que os indicadores corroboram com as previsões de desaceleração do crescimento. 

“Observa-se alguma moderação nos indicadores coincidentes de atividade, bem como uma desaceleração na margem no mercado de crédito”, afirma o comitê. “O mercado de trabalho, que surpreendeu positivamente ao longo de 2022, tem apresentado resiliência, com aumento líquido nos postos de trabalho e relativa estabilidade na taxa de desemprego”. 

Cenário externo 

O Copom destaca que o cenário externo segue adverso, com ênfase no impacto da crise bancária no mercado financeiro. A ata da reunião aponta, porém, que o contágio dos episódios envolvendo bancos no exterior ainda não contagiou amplamente as condições financeiras. 

Ao mesmo tempo, os bancos centrais das economias desenvolvidas seguiram com seus respectivos ciclos de aperto monetário, trabalhando para promover a convergência das taxas de inflação de volta à meta. 

“No âmbito externo, o baixo grau de ociosidade do mercado de trabalho em algumas economias e uma inflação corrente persistentemente elevada e disseminada no setor de serviços sugerem que pressões inflacionárias devem demorar a se dissipar”, aponta o Copom. 

Apesar do fim do ciclo de aperto monetário sinalizado nos Estados Unidos na última quarta-feira (03), não é esperado que os juros comecem a cair tão cedo nas economias desenvolvidas. Como resposta à inflação persistente, o Copom espera um período prolongado de juros elevados. 

“Nesse contexto, a redução das pressões inflacionárias continua a requerer o compromisso e a determinação dos bancos centrais com o controle da inflação, através da manutenção de um aperto de condições financeiras mais prolongado”, destaca o comitê. “Tal determinação, ainda que com possível impacto sobre preços de ativos no curto prazo, aliado a uma desaceleração do crédito nas principais economias, contribui para um processo desinflacionário global mais crível e duradouro.


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Guilherme Guerreiro

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