De acordo com dados divulgados pelo Census Bureau na manhã desta sexta-feira (15), as vendas no setor varejista norte-americano inflaram em 1% em junho, ficando acima das projeções dos economistas.
No mês anterior, as vendas haviam subido em 0,3% na comparação mensal. Os valores foram revisados, porém, e agora mostram uma retração de 0,1% em maio.
Considerando as categorias do varejo norte-americano, a gasolina foi o grande impacto do mês. Isso porque o preço por galão chegou a US$ 5, na mesma medida em que o petróleo no mercado internacional atingia valores acima de US$ 120 por barril.
Excluindo as vendas dos postos de gasolina, portanto, a alta em junho do varejo foi de 0,7%. Em julho, é esperado que o impacto do combustível seja menor, já que o valor nas bombas vem diminuindo nos últimos 30 dias.
Os dados do varejo norte-americano podem servir como sinalizadores de como o Federal Reserve (Fed) deverá reagir através das políticas monetárias.
Como o consumo continua forte, com dados subindo além do esperado pelo mercado, é possível sentir as pressões sobre a inflação do país. De acordo com dados de junho, o IPC dos EUA subiu 9,1% na variação anual, a maior em 40 anos.
Além do consumo, dados do setor trabalhista mostram que o mercado segue apertado, gerando 372 mil vagas no último mês. Os dados ficaram um pouco acima do esperado e indicam que a esperada desaceleração em um cenário recessivo ainda não aconteceu.
Por outro lado, um forte mercado de trabalho corrobora para uma inflação alta, assim como o alto consumo.
O Fed já decidiu por três reajustes nas taxas variáveis de juros. Um de 0,25 p.p., outro de 0,50 p.p. e o último de 0,75 p.p. De acordo com o chairman, Jerome Powell, o ajuste de 75 pontos-base é atípico e não deve ditar tendência para o segundo semestre.
Com indícios de uma inflação forte e disseminada, porém, o mercado já projeta outro reajuste de 75 pontos-base na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC). Alguns economistas chegaram a sugerir um ajuste de 100 pontos-base.