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Desastres em barragens criaram demanda por ESGs no Brasil

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Após dois grandes desastres ambientais em barragens de mineração da Vale, o mercado financeiro sentiu a necessidade de renovar a maneira como investimentos são calculados. A partir do desastre de Brumadinho, o mercado brasileiro viu crescer a demanda por carteiras de investimentos com critérios ambientais, sociais e de governança (ESGs) aplicados.

No mercado internacional, porém, os critérios ESGs já eram amplamente difundidos quando o desastre de Brumadinho ocorreu, em janeiro de 2019. Ao todo, mais de US$30 trilhões de dólares já eram administrados por fundos de investimentos que aplicavam critérios ESG em suas carteiras de investimento. No Brasil, os riscos como catástrofes ambientais eram basicamente ignorados na composição de carteiras pelos maiores fundos de investimento do país.

O resultado? Grandes fundos de investimento nacionais se viram contra a parede com os acontecimentos de Brumadinho em 2019, uma vez que as ações da Vale estavam presentes em grande parte das carteiras de maior credibilidade no país. Em questão de dias, a Vale viu suas ações despencarem 25% após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão.

A JGP, por exemplo, vendeu dois terços de suas ações da Vale após o desastre de Brumadinho. Meses depois, em agosto, o fundo lançou sua primeira carteira de investimentos elaborada exclusivamente com critérios ambientais, sociais e de governança. Os fundos ESG tem crescido de forma exponencial desde então no país, mas ainda são carteiras balizadas por tais critérios ainda são uma minoria no cenário de investimentos nacionais, com menos de R$50 bilhões de reais administrados.

No que diz respeito à Vale, a empresa tem tido dificuldades de reconquistar a confiança do mercado investidor. A mineradora já usou mais de R$10 bilhões dos R$18,6 bilhões contingenciados para remediar os efeitos ambientais e sociais da tragédia de Brumadinho. Seus esforços para se adequar a critérios ESG têm tido impacto positivo, com a Moody’s restaurando a classificação da Vale como Baa3 em seu rating de avaliação de riscos. Mesmo com essa recuperação recente, a Vale ainda tem o pior múltiplo de avaliação de riscos entre as grandes mineradoras mundiais quando esse valor com o Ebitda (índice de lucro ante de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa.

O ceticismo vêm do fato de que a JGP, e outros grandes fundos de investimento nacionais, duvidarem da capacidade da Vale de cumprir com critérios ESG sem comprometer a produtividade da empresa de forma sensível. Para a JGP, compras de ações da Vale estão totalmente descartadas até agosto de 2021. Até lá, o mercado estará de olho nas ações da Vale e como as mesmas impactarão os resultados operacionais da empresa.

Imagem em destaque: Exame / divulgação

Guilherme Guerreiro

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