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Investimentos exigem atenção para que o dinheiro possa render

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O ano de 2021, para o investidor, não deverá ter muita diferença do segundo semestre de 2020. Os sinais de alerta são o juro baixo e a inflação, que refletem no cotidiano dos brasileiros. Ano passado, o IPCA, que é o índice oficial da inflação no país, subiu 4,52%, estabelecendo-se acima de investimentos tidos como tradicionais, a exemplo de poupança e CDBs. 

A Selic iniciou 2020 a 4,5% e encerrou a 2%, sendo que o Copom manteve-as assim neste início de 2021. Esta foi a razão para o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), referência para aplicações que seguem a taxa básica de juros, ter ficado entre 4,4% e 1,9%. Os CDIs são aplicações com prazos de um dia útil, com objetivo de melhorar a liquidez de uma determinada instituição financeira.

No frigir dos ovos, estas aplicações não renderam tanto quanto a alta dos preços, ou o chamado juro real negativo. Se levarmos em conta a variação do IGP-M, a disparidade fica ainda maior. Isso porque o índice usado em reajustes de serviços, a exemplo de planos de saúde e aluguéis, registrou uma alta de 23,14% no período.

É importante apontar que na última reunião, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) deixou de lado o acordo de manter o juro a 2% ao ano. Economistas já preveem que o juro vá encerrar em 2021 em 3,25%, conforme divulgou o Boletim Focus do Banco Central.

Eles também analisam que para o investidor “passar a perna” na inflação, deve procurar reorganizar os investimentos, buscando um equilíbrio. Nota-se que a previsão para o IPCA está praticamente batendo os 3,45%, com alguns analistas econômicos prevendo uma tendência a elevar-se ainda mais, se o setor de serviços vier a se reerguer com a vacinação e a previsão para GP-M, de quase 5%, se consolidar.

De forma prioritária, deve focar na reserva de emergência para gastos mensais fixos, como aluguel e conta de luz, e colocar este dinheiro em um rendimento fixo e que pode ser sacado a qualquer instante. Economistas apontam, neste caso, o Tesouro Selic e produtos atrelados ao CDI. Recomenda-se ainda que se destine para casos de urgência o total de gastos (apenas a parcela necessária) que se teria em seis meses para quem tem renda fixa e 18 meses para autônomos.

Uma segunda medida é colocar o dinheiro para render mais do que a inflação. Nestes casos, os economistas recomendam títulos atrelados ao índice, como o Tesouro IPCA. Lembrando que o mercado possui fundos e títulos de dívida com rendimentos engatados ao IPCA ou IGP-M.

Há ainda outras opções no mercado, mas que deve se levar em conta o perfil de investidor, como os fundos imobiliários (FIIs) e CRIs (certificados de recebíveis imobiliários), cuja renda é variável. E esta rentabilidade pode estar atrelada a aluguéis, que podem inclusive aumentar por ocasião do reajuste. Uma outra solução para contrapor a inflação, é investir em dólares (com atenção pois tanto podem representar ganhos quanto perdas em razão de variações diárias), visto que essa moeda reflete diretamente no IGP-M e assim, no IPCA.

O mercado aponta ainda que neste momento atual, é interessante que se tenha parte do investimento em ativos que se conduzem de forma distinta a Bolsa e renda fixa e que tragam um anteparo para o bolso, a exemplo do ouro e também do dólar. O melhor é diversificar os investimentos, apontam os especialistas. E para os iniciantes, o recomendado é buscar corretoras ou investir em fundos. 


Saiba mas

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É um trabalho difícil atender todas as dúvidas de quem quer investir. Não existe uma equação final, pois a receita é móvel e os investimentos precisam ser ajustados de forma constante. Para quem é mais arrojado e tem o propósito de proteger o patrimônio na Bolsa de Valores, os analistas apontam intervenções ligadas a serviços cujos reajustes estão a reboque da inflação, como de empresas de planos de saúde, concessionárias de água e luz e produtoras de alimentos, assim como papéis que tendem a se valorizar em uma retomada da economia.

Há ainda boas oportunidades em companhias aéreas, empresas de varejo, com lojas físicas, ações do Bradesco e Banco do Brasil. Lembrando que as instituições financeiras realizam pagamentos regulares de dividendos, com distribuição de lucros, o que deve ser encarado pelo investidor como uma opção bem viável.

É sensato que o investidor faça uma análise de toda a situação da empresa, observado resultados e todo o panorama que engloba a empresa, para então comparar se o preço da ação está de acordo com o que ela pode render e, ainda, se há chances de alta ou de queda. Para esta análise, a ferramenta que mais se usa é a relação entre preço/lucro, que mostra quanto tempo seria preciso para uma ação ser paga pela distribuição anual de lucros, dividendos, bônus ou juro sobre capital próprio. No cálculo, divide-se o preço da ação pelo lucro projetado pelo mercado (P/L). E os economistas pedem atenção, pois quanto menor o P/L, mais barato o papel.

Indo pelo mesmo raciocínio, se calcula o P/VP, o preço da ação dividido pelo valor patrimonial por papel, que mostra o ganho do investidor, se o patrimônio líquido da empresa fosse distribuído entre acionistas, como em casos de falência. Desta forma, quanto menor o P/VP, mais barato a ação. Mesmo após análises sólidas, os investimentos podem oscilar e levar a uma desvalorização do ativo. Os analistas apontam que a questão fiscal e atraso de reformas no país, refletem nos investimentos.

Com a piora no número de novos casos de coronavírus no Brasil, a reprovação ao governo de Jair Bolsonaro inverteu a curva e voltou a superar sua aprovação, alimentando no mercado o receio de um eventual aumento de gastos para esquentar a economia, que pode ameaçar o teto de gastos.

Enquanto isso, o Congresso sofre pressão dos estados para que o auxílio emergencial volte a ser pago. Apesar do panorama, profissionais da área, indicam que o investidor deve adquirir ações que representam alta na rentabilidade das carteiras no médio e longo prazos, em razão do retorno baixo da renda fixa com a Selic bem abaixo da inflação. 

Uma boa pedida, dizem os analistas, são ações ligadas a matérias-primas e a tecnologia, ou seja, investimentos no exterior, através de fundos ou ações listadas em outros países, como a Tesla, Mercado Livre e Apple, que foram as mais procuradas em 2020 – por meio de BDRs.

As criptomoedas voltaram ao andar de cima dos investimentos, após praticamente quadruplicarem de valor no ano passado. O recomendado é investimento em torno de 1% a 3%, em função de sua volatilidade, perto de 80%. Lembrando que o bitcoin chegou ao valor recorde de US$ 40.858,59 (R$ 223.782) em 9 de janeiro. Na sexta-feira (22), por outro lado, já havia recuado mais de 18%, para US$ 33.322.

BUSQUE SEU PERFIL

Mas, antes de sair investindo por aí, é preciso que o interessado procure traçar seu perfil, que é obtido por questionários e avaliação financeira de bancos, corretoras e casas de análise.

O mercado tem algumas designações para os perfis. O investidor conservador é aquele que busca estabilidade. Quer saber o rendimento ao fim do mês, sem arriscar perder dinheiro ou ter surpresas no meio do caminho.O moderado tem mais propensão a aceitar mudanças e ajustes nos investimentos, especialmente a longo prazo, com garantia do retorno. O arrojado, é aquele que tem maior sangue frio e está disposto a correr riscos visando um lucro maior. O agressivo não tem receio de perder para ganhar. É aquele que aguenta firme uma oscilação forte e consequente queda de ações.

OPÇÕES DE INVESTIMENTOS

O investidor que pretende diversificar, tem a sua disposição variadas opções, como os pós-fixados, que acompanham a taxa de juros. São os investimentos mais seguros e se encaixam nessa modalidade, a poupança, CDBs, LCA e LCI, Tesouro Selic e fundos DI. 

Os prefixados, que apresentam taxa de juros combinada no momento da aplicação, sem alterações mesmo que a Selic seja alterada. São opções desta modalidade o Tesouro prefixado e CDBs de bancos pequenos. Quanto à inflação, são investimentos que pagam uma taxa de juros fixa mais a variação da inflação. Listam neste investimento, o Tesouro IPCA+ e CDBs de bancos pequenos.

Os fundos multimercados investem em mais de um tipo de ativo. Geralmente combinam aplicações conservadoras, que podem ser dívidas de empresas (no Brasil ou no exterior) e ações. As ações, por sua vez, são indicadas para pessoas de perfil arrojado. É possível escolher papéis individualmente ou investir por meio de fundos de ações ou que acompanham um índice (ETFs).

Foto: Reprodução/Capital/Research

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