O Orçamento para 2021 segue sendo a principal pauta política do mês. Atrasada, a aprovação do texto depende apenas do Executivo, que se vê em um embate entre manter a base aliada no Congresso e aprovar o texto com risco de paralisar o governo e enquadrar Bolsonaro em uma possível abertura de investigação sob a Lei de Responsabilidade Fiscal.
A CPI da Covid é mais um fator agravante para Bolsonaro, preocupado com a abertura de inquérito, mas pressionando que se investiguem também prefeitos e governadores sobre a atuação durante a pandemia de COVID-19.
Esses e outros destaques você confere agora.
ORÇAMENTO: EMBATE ENTRE CONGRESSO E PASTA DA ECONOMIA CONTINUA
Atrasado, o Orçamento para 2021 aprovado pelo Congresso Nacional continua gerando embates entre as casas e o ministério da Economia. Enquanto Senado e Câmara querem a sanção do texto, a equipe econômica diz que a proposta atual é inexequível.
Atualmente, o Orçamento dispõe de cortes em áreas obrigatórias e favorece emendas parlamentares. Para a equipe técnica da Economia, o texto poderia causar uma paralisação do governo, que ficará sem verba.
Segundo o relator da proposta, o senador Marcio Bittar (MDB), o valor de R$ 29 bilhões em emendas parlamentares foi negociado com a pasta de Guedes, que estava ciente.
“Eu fiquei calado nos primeiros dias. Se eu ficasse falando, falando, acabaria colocando mais lenha na fogueira de um governo que eu apoio. Mas eu precisava dizer apenas o seguinte: eu não cheguei ao número de R$ 29 bilhões por minha conta. Sempre foi uma demanda combinada do Executivo e do Legislativo”, disse Bittar ao Estado de São Paulo.
Caso sancione o texto, embora mantenha o alinhamento com o centrão, Bolsonaro pode ser enquadrado pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Caso não o faça, corre o risco de perder boa parte do apoio importante nas casas.
Mesmo assim, em live promovida pelo Bradesco na sexta-feira (09), o ministro da Economia, Paulo Guedes, diminuiu o embate.
“Vamos acabar chegando em um acordo. A questão é de como faz, e não do que deve ser feito. Quero crer que vai prevalecer o sinal de aliança política e não o barulho. O presidente da Câmara está dizendo que o combinado tem que ser cumprido, o presidente Bolsonaro diz a mesma coisa e eu digo a mesma coisa. Não há dúvidas quanto ao que tem que ser feito. Está todo mundo de acordo”, disse Guedes.
CPI DA COVID PREOCUPA EXECUTIVO E BOLSONARO CHAMA RELATÓRIO DE ‘SACANA’
Na quinta-feira (08) passada, o ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a instalação de uma CPI para investigar possíveis irregularidades e omissões do governo federal durante a pandemia de COVID-19.
É mais um fator agravante nas recentes crises do governo Bolsonaro. A soma do embate do Orçamento com o risco da CPI prejudicam a imagem do governo, podendo afetar inclusive a economia, e aumentando o risco de interesse de abertura de um processo de impeachment.
A história ganhou mais um capítulo ontem (11) com a publicação de uma conversa envolvendo o senador Jorge Kajuru (Cidadania) e Bolsonaro. Na ligação, Bolsonaro pressiona o senador para que as investigações aconteçam em todo o âmbito nacional, responsabilizando governadores e prefeituras.
“A CPI hoje é para investigar omissões do presidente Jair Bolsonaro, ponto final. Quer fazer uma investigação completa? Se não mudar o objetivo da CPI, ela vai vir só pra cima de mim. O que tem que fazer para ser uma CPI que realmente seja útil para o Brasil? Mudar a amplitude dela. Bota governadores e prefeitos. Presidente da república, governadores e prefeitos”, disse Bolsonaro.
Saiba mais
Guedes aponta prioridades na agenda econômica para o Congresso
AGENDA
Às 8h25: o Boletim Focus é publicado pelo Banco Central (BC).
BOLSAS E CÂMBIO
Possíveis novas ondas de COVID-19 preocupam os investidores europeus, empurrando parte dos índices do continente para a negativa no início da manhã.
Novos picos de casos podem significar não só a restrição da circulação de pessoas, mas sinais que a recuperação econômica pode atrasar cada vez mais, e alta na inflação pode provocar altas nas taxas de juros.
Às 8h da manhã:
- STOXX 600 (STOXX): -0,25%, indo a 436,12 pontos
- DAX (GDAXI): +0,16%, indo a 15.258,90 pontos
- FTSE 100 (FTSE): -0,37%, indo a 6.890,20 pontos
- CAC 40 (FCHI): +0,06%, indo a 6.173,18 pontos
- FTSE MIB (FTMIB): +0,37%, indo a 24.520,50 pontos
A mesma preocupação toma conta do mercado asiático, que fechou com resultados negativos.
- Hang Seng (HK50): -0,98%, indo a 28.396,00 pontos
- KOSPI (KS11): +0,12% , indo a 3.135,59 pontos
- Shanghai Composto (SSEC): -1,09%, indo a 3.412,95 pontos
- Nikkei 225 (N225): -0,77%, indo a 29.538,73 pontos
- Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): -1,74%, indo a 4.947,75 pontos
Às 8h da manhã, os índices futuros dos EUA apresentam resultados negativos:
- Nasdaq 100 Futuros: -0,35%, indo a 13.780,75 pontos
- Dow Jones Futuros: -0,18%, indo a 33.621,50 pontos
- S&P 500 Futuros: –0,19%, indo a 4.111,62 pontos
Acompanhe as cotações do Dólar e o Euro na manhã desta segunda-feira (12):
- Às 9h03, o Dólar subiu +0,02%, a R$ 5,67
- Às 9h03, o Euro caiu -0,19%, a R$ 6,74
Foto: Agência Senado / Divulgação
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