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Entenda a crise de semicondutores e como ela já afeta a sua vida

3 Minutos de leitura

Na semana passada, um anúncio de uma das montadoras mais renomadas do mercado mundial alertou os consumidores brasileiros a respeito da grande crise de abastecimento de semicondutores.

A japonesa Toyota anunciou que vai paralisar as atividades da fábrica de Sorocaba, em São Paulo, dos dias 18 a 27 de agosto. Assim, a fabricação de modelos famosos da companhia ficam cessados, até que a Toyota consiga encher seu estoque de semicondutores.

“Apesar de todos os esforços que temos realizado ao longo do tempo para gerenciar a falta de insumos que afeta a cadeia de suprimentos global, provocada pela pandemia de Covid-19, nesse momento uma parada é inevitável”, diz o comunicado da Toyota.

Embora o produto principal da Toyota seja carros, a crise de semicondutores não afeta apenas o setor automobilístico. A escassez afeta de forma direta a produção de produtos eletrônicos em todo o mundo, prejudicando cadeias de suprimentos e vendas das mais importantes companhias do mundo.

Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), ao menos 60% dos empresários relatam a falta de insumos, que inclui os semicondutores, como um dos fatores principais que emperram a recuperação plena do setor.

Para especialistas, a crise pode se estender até 2022. Até lá, acontecimentos como a interrupção da linha de produção de grandes fábricas devem ser comuns.

Em um primeiro momento, enxergar a crise de semicondutores como um fator que atrapalha o nosso dia-a-dia pode parecer exagero, mas é preciso levar em consideração que o insumo é o quarto produto mais comercializado mundialmente.

Os semicondutores nada mais são que a mais importante matéria prima para a produção de chips, desde os mais rudimentares que são instalados em eletrodomésticos até os de ponta usados em torres 5G.

São, portanto, um insumo fundamental para a grande maioria das companhias de produtos de tecnologia, das mais rudimentares às mais especializadas.


Saiba mais

Crise no abastecimento de insumos e crise hídrica podem impactar o setor industrial brasileiro


O que está causando a escassez?

Diversos motivos explicam o porquê da crise de semicondutores, desde fatores gerados pela pandemia de COVID-19 até a guerra comercial dos Estados Unidos com a China.

Para começar, com a guerra comercial entre as duas superpotências do mundo, diversos insumos tecnológicos ficaram proibidos de serem exportados do país norte-americano para a China, forçando grandes companhias a criarem grandes estoques de semicondutores.

Os Estados Unidos também proibiram a comercialização de produtos da Semiconductor Manufacturing International (SMIC), a maior fabricante de chips da China. Assim, a companhia disse que não conseguiu manter sua capacidade total de produção.

Outro grande fator responsável pela crise é a pandemia de COVID-19. Com a completa paralisação dos serviços, a demanda para a fabricação de automóveis caiu drasticamente. Essa “sobra” na demanda foi tomada por fábricas de produtos eletrônicos como celulares, consoles de videogame e computadores.

O problema é que o mercado de chips não se adapta tão rapidamente. Como o baque da pandemia provocou uma drástica diminuição na demanda por veículos, e pouco mais de um ano depois o setor já começou a se recuperar, problemas eram previsíveis de se acontecer.

Com a demanda muito acima da capacidade de produção, outro problema surge: a logística de distribuição. Como esse tipo de carga leve costuma viajar em aviões comerciais, o baque da pandemia de COVID-19 mais uma vez é um fator agravante.

Por fim, dois incêndios em fábricas japonesas afetaram o mercado de chips. Um na fábrica da Asahi Kasei Microsystems (AKM) e outro na Renesas Electronics.

A escassez pode te afetar de diversas formas. No caso da cadeia produtiva de automóveis, a crise pode parar a produção de mais de 1 milhão de automóveis neste ano. No caso dos eletrônicos, o lançamento de um novo celular, por exemplo, ou um videogame, pode ser um pouco comprometido com a falta dos insumos.

No Brasil, segundo a International Data Corporation (IDC), as entregas de semicondutores estão demorando até 32 semanas, e custando até 40% mais. Em um longo prazo, isso pode afetar, inclusive, o crescimento econômico do país.

Juan Tasso - Smart Money

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