Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, o governo quer reduzir em 10% a Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul. Guedes comentou sobre o assunto durante uma audiência da Comissão de Relações Exteriores do Senado, e criticou a atuação dos países no bloco.
“Estamos atrasados até. É até bom que ajuda a travar um pouco essa alta de inflação que está havendo aí, a gente dá uma travada. É hora de aumentar a oferta de alimentos, aumentar a oferta de aço, de material de construção, tudo isso aí dá uma acalmada no setor”, disse ele.
A busca por uma maior abertura comercial já era prioridade do governo federal. Além disso, a redução na TEC ajudaria a controlar a inflação, que por enquanto segue acima do esperado no país.
Até o momento, o Brasil possui apenas o Uruguai de aliado da proposta no bloco que também compõe a Argentina, Paraguai, Venezuela e os demais estados associados.
Para Guedes, o veto da proposta seria bastante prejudicial ao Brasil. Para ele, é inadmissível que um país dessa magnitude fique preso às decisões de um bloco que ele classificou como atrasado nos avanços modernos, e que não evoluiu muito desde pelo menos 2011.
“Vamos tentar uma modernização do bloco, porque estamos acima do resto do mundo, com uma tarifa externa comum entre 13% e 14%, enquanto o resto do mundo está entre 3% e 4%”, disse o ministro.
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A média das tarifas pagas pelos países do Mercosul está em 13,4%. A primeira proposta brasileira previa uma redução de 20%, depois foi proposto uma redução de 10% e mais uma de 10% a partir de 2022.
O problema é que a proposta enfrenta resistências de países como a Argentina, que apoiam apenas a redução de 10% e para apenas 75% dos produtos comercializados no bloco.
O comércio brasileiro com a Argentina só se degradou com o passar dos anos. Em 2011, o percentual de exportações para o país vizinho era de 8,9%. Em 2020, era de 4,1%.
“A relevância, a sensibilidade e as implicações políticas requerem discussões abertas nos interessados na integração regional. É fundamental que se preserve e intensifique o livre comércio. Há um caráter de urgência na modernização do bloco”, comentou a senadora Kátia Abreu (PP-TO), presidente do CRE.
Foto: Agência Brasil / Reprodução