A nota de R$ 200, anunciada no ano passado pelo Banco Central (BC) e em circulação desde o dia 2 de setembro de 2020, já completou um ano.
Embora a intenção do lançamento da nota tenha sido de suprir a demanda por papel moeda durante a pandemia de COVID-19, nem um quarto das notas produzidas estão em circulação. De acordo com dados do BC, 83,2% dessas notas estão encalhadas.
Isso significa que das 450 milhões de notas encomendadas, apenas 79,5 milhões estão disponíveis no mercado. Comparado com outras notas em circulação, as de R$ 200 representam 1,03% do total.
O investimento do governo para a produção dessas notas foi de R$ 113,8 milhões. Segundo o BC, a circulação no mercado acontece de forma gradual, e as previsões para os próximos anos são boas.
“A entrada em circulação da cédula de R$ 200 assim como aconteceria com qualquer outra nova denominação ocorre de forma gradual e de acordo com a demanda da sociedade. O ritmo de utilização da cédula de 200 reais vem evoluindo em linha com o esperado, e seguirá em emissão ao longo dos próximos exercícios”, disse o BC.
Saiba mais
O lançamento da nota de R$ 200 não fugiu de polêmicas. Além da figura do lobo-guará que rendeu piadas na internet, especialistas e partidos acreditam que o lançamento de uma nota de valor alto pode facilitar atividades ilícitas.
Isso porque além de preferência por notas altas em roubos, crimes de corrupção acabam ficando mais fáceis de serem executados. Por conta disso, partidos como o Rede, Podemos e PSB protocolaram um pedido na Justiça para barrar o lançamento. Na época, a ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, arquivou o pedido.
De acordo com o Banco Central (BC), porém, o lançamento da nota está de acordo com o mercado internacional, que aumentou a demanda por dinheiro em espécie especialmente em um ano marcado pela pandemia.
“Vivemos um momento singular, que trouxe um aumento expressivo da demanda da sociedade por dinheiro em espécie. Não é exclusividade do nosso país. Em momentos de incerteza, é natural que as pessoas busquem reservas em dinheiro como garantia”, disse o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no lançamento da nota de R$ 200.
Foto: BCB / Reprodução