Após meses de negociações, o Ministério da Agricultura anunciou nesta quarta-feira (15) que a China suspendeu o embargo levantado contra o Brasil e as importações de carne bovina devem ser retomadas.
O embargo durava desde setembro deste ano, quando órgãos regulatórios chineses identificaram casos atípicos da doença da “vaca louca” nas carnes importadas brasileiras de Minas Gerais e Mato Grosso.
“A decisão das autoridades chinesas confirma a excelência dos controles sanitários oficiais brasileiros”, disseram as pastas de Agricultura e Relações Exteriores.
A China é o maior destino de importação da carne brasileira. O impacto sentido pela agropecuária, portanto, foi extenso. Em outubro, de acordo com dados da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), as exportações brasileiras da proteína animal caíram 43% comparado com o mesmo período do ano passado.
“Tivemos uma negociação bastante técnica com uma série de trocas de informações e reuniões com a equipe da autoridade sanitária chinesa. Nós já tínhamos concluído o envio das últimas informações pelo nosso canal via embaixada em Pequim há cerca de um mês, então já esperávamos que houvesse uma solução”, disse em nota o secretário Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal.
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O caso acende um alerta vermelho pro setor agropecuário brasileiro. Atualmente, a China é responsável por quase metade do volume de proteína animal que é exportada do Brasil. Na presença de problemas diplomáticos ou sanitários, embargos acabam causando um pânico generalizado no setor.
Para o consumidor brasileiro, o efeito causado pelo embargo chinês causou um desafogamento temporário nos preços da proteína, já que a demanda interna passa a ser mais atendida.
Em novembro, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as carnes caíram 1,38% na variação mensal. No ano, porém, a alta acumulada é de 6,98%.
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