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Entenda como a crise na Ucrânia pode aumentar o preço da gasolina no Brasil

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Se você abriu o noticiário nesta semana, já sabe que a situação no leste europeu está próxima de um estado de ebulição. Movimentando tropas e tanques na fronteira da Ucrânia, a Rússia aumenta as suspeitas internacionais de que uma potencial invasão pode acontecer. 

As motivações da Rússia são diversas, desde aproximações da Ucrânia com o bloco da União Europeia (UE) como o avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no continente. 

Do ponto de vista da Rússia, Ucrânia é, geograficamente, um ponto estratégico importante demais para perder. Foram estes motivos que motivaram, por exemplo, a suspensão dos diálogos da UE em 2014, ano em que o presidente da Ucrânia era aliado com Moscou. 

Há mais de oito anos, o leste da Ucrânia é marcado por conflitos e dezenas de mortos, guerra que iniciou após a indexação da Crimeia pela Rússia na época. 

Até o momento, parece consenso da comunidade internacional que a Rússia tente, novamente, uma evasiva militar contra o país. Segundo o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, por exemplo, com base nas agências de inteligência, a Rússia planeja uma espécie de guerra “relâmpago” para ampliar seu poder. 

Por conta das suspeitas, o Reino Unido e os Estados Unidos ordenaram pela remoção de famílias de diplomatas na Ucrânia, temendo que um eventual conflito signifique um risco imediato à segurança. 

Enquanto isso, a OTAN envia navios e jatos para o leste europeu para tentar ajudar na segurança do continente. 

Guerras são sempre um assunto sensível por se tratar de destruições em massa, mortes e conflitos políticos internacionais que podem causar tremendas consequências econômicas. 

Para o Brasil, uma das maiores consequências econômicas que podem acontecer é um aumento severo no preço da gasolina nas bombas dos postos. 


Saiba mais

Petróleo atinge o maior preço em sete anos


A gasolina já está cara e provavelmente só vai aumentar 

Atualmente, o preço do petróleo no mercado internacional está em sua máxima há mais de cinco anos. De acordo com dados do mercado de hoje (24), às 15h30, o petróleo brent estava custando US$ 85,40 por barril. 

De acordo com as mais recentes projeções do mercado, o petróleo pode passar de US$ 100 até 2023, figura que pode mudar caso o conflito no leste europeu se intensifique. 

Além de problemas geopolíticos, outra grande razão para o aumento do óleo está na decisão recente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) de não acelerar a oferta, mantendo o nível de produção apesar dos aumentos expressivos da demanda. 

A intenção da OPEP, neste caso, é de evitar quedas severas nos preços do barril caso o avanço de eventuais novas variantes de COVID-19 provoque mais paralisações econômicas nos países. 

Caso a crise na Ucrânia exploda para uma eventual invasão da Rússia, as pressões sobre o preço do petróleo só devem aumentar. Além de ser um confronto geopolítico, que naturalmente causa instabilidade no mercado, a Ucrânia é uma importante “ponte” para a distribuição energética e de gás natural para a Europa, fonte que vem principalmente da Rússia. 

Além da cadeia de suprimentos ser muito prejudicada, uma guerra na Ucrânia muito provavelmente significaria a aplicação de sanções por países como os Estados Unidos. 

O efeito para o mercado internacional de petróleo, portanto, deve ser negativo para todos os países. 

No Brasil, três grandes fatores contribuem para a variação dos preços dos combustíveis nos postos de gasolina: a variação do Real ante o Dólar, o preço do petróleo no mercado internacional e os custos extras, como o preço de distribuição e impostos. 

Os recentes reajustes promovidos pela Petrobrás foram, em sua maioria, consequência dos preços do petróleo. Embora o governo estude novas formas de diminuir os preços dos combustíveis, como uma PEC que diminuiria o PIS/Confis, os preços nas refinarias da estatal só devem aumentar em um futuro próximo. 

O efeito da crise na Ucrânia sobre preços dos combustíveis, portanto, não deve ser positivo para o bolso do brasileiro. Em 2021, o país já teve que lidar com um aumento severo de 47,49% nos preços da gasolina, de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Infelizmente, o cenário para os próximos meses deve ser marcado por mais reajustes promovidos pela Petrobrás, que devem ficar ainda mais frequentes caso uma eventual guerra na Ucrânia prejudique a economia global. 

Foto: Shutterstock

Juan Tasso - Smart Money

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