Segundo dados divulgados neste domingo (17), o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 4,8% no primeiro trimestre do ano na comparação anual, ficando um pouco acima do esperado por economistas (4,4%).
O crescimento registrado em março também é maior na taxa anual comparada com o quarto trimestre de 2021, quando o crescimento anual foi de 4,0%.
Embora o desenvolvimento econômico do país tenha superado as expectativas, para os economistas, a política de Covid Zero, que colocou milhões sob confinamento nos principais polos comerciais do país, impactará a economia a partir de abril.
Para 2022, a projeção é de um crescimento de 5,5% para a China, a taxa mais baixa em três décadas de crescimentos consistentes, aumentando as pressões sobre o governo de Xi Jinping.
“Com o cenário doméstico e internacional ficando cada vez mais complicado e incerto, o desenvolvimento econômico está enfrentando dificuldades e desafios significativos”, disse um porta-voz do Census Bureau da China, Fu Linghui.
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A política de Covid Zero constitui em confinamentos obrigatórios, que recentemente colocaram 25 milhões de pessoas de Xangai sob lockdown. A medida visa barrar por completo o avanço da COVID-19 no país, que estava registrando recordes em número de casos.
Além dos problemas relacionados à população, o confinamento no coração financeiro do país, que já dura semanas, prejudica a cadeia de distribuição e exportação de insumos, que já estavam apresentando problemas anteriormente.
Xangai, porém, não é a única cidade sob confinamento. Estima-se que mais de 45 municípios, que correspondem à 40% do PIB da China, estão sob lockdown parcial ou completo.
Os resultados são sentidos diretamente no setor varejista do país. As vendas do varejo caíram 3,5% em março, o primeiro resultado negativo desde julho de 2020, marcado pelo primeiro pico da pandemia.
No mesmo passo, a taxa de desemprego da China fechou março em 5,8%, a pior taxa desde maio de 2020.
Os sintomas relacionados à política de Covid Zero e os efeitos do mercado imobiliário levaram alguns economistas a crerem que existem um certo risco do país entrar em uma futura recessão.
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