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Inflação acumulada dos EUA sobe 8,3% em abril e fica acima do esperado pelo mercado

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De acordo com dados divulgados pelo The Bureau of Labor Statistics dos Estados Unidos, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do país subiu 8,3% em abril considerando a inflação acumulada dos últimos 12 meses. 

É uma leve desaceleração frente à alta de 8,5% registrada em março, mas ficou acima do consenso do mercado, que aguardava uma inflação Y/Y (ano/ano) de 8,1%. 

Em abril, o IPC subiu 0,3% na comparação mensal, forte desaceleração se comparada com a alta de 1,2% de março. 

Abaixo, acompanhe a variação anual da inflação norte-americana: 


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Fed aperta os cintos e aumenta em 0,50% a taxa variável de juros, o maior ajuste desde 2000


Segundo o Bureau of Labor Statistics, os grandes vilões do mês foram alimentos (0,9%), habitação (0,5%), passagens aéreas (18,6%) e novos veículos (1,1%). 

Considerando o grupo de alimentos, a alta de abril foi a 17ª consecutiva. Alimentações em domicílio aumentaram 1,0%, enquanto laticínios e produtos derivados subiram 2,5%, a maior variação desde 2007. Além destes, bebidas alcóolicas subiram 2,0%. O índice de carnes, que também inclui ovos, subiu 1,4%. 

Após subir 11% em março, o índice de energia caiu 2,7% em abril, impulsionado pela queda de 6,1% nos preços da gasolina. 

Desconsiderando os grupos de energia e alimentação, o Índice de Preços ao Consumidor – Núcleo (IPC-Núcleo) dos EUA subiu 0,6% em abril, mantendo estabilidade frente o mês anterior. 

A inflação é um problema latente para o Federal Reserve (Fed) do país, que recentemente ajustou em 0,5% as taxas variáveis de juros para tentar conter a alta dos preços. A autoridade monetária ainda acredita em pelo menos mais cinco reajustes em 2022. 

Os economistas se preocupam com a corrida do Fed atrás das pressões da inflação, que é a maior em 40 anos. Isso porque a desaceleração da atividade econômica do país pode gerar uma recessão no ano que vem. 

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que está “confiante” no trabalho que o Fed tem pela frente de barrar o avanço da inflação. Atualmente, o chairman da autoridade monetária, Jerome Powell, está em seu segundo mandato. 

O trabalho de Powell pela frente é certamente difícil. Além dos problemas causados pela pandemia, o primeiro semestre deste ano é marcado pela guerra na Ucrânia, que trouxe pressões no mercado energético, e a política de ‘Covid Zero’ na China. 

No leste europeu, a alta do mercado energético e problemas na rota de distribuição no Mar Negro são acompanhadas por linhas de sanções aplicadas pela União Europeia (UE) e Estados Unidos na tentativa de punir o governo de Vladimir Putin pela invasão militar. Bancos russos foram banidos do SWIFT, o petróleo russo não chega mais no país norte-americano, e agora o continente europeu estuda diminuir sua dependência do gás natural. 

Na China, a política que quer levar à zero o número de novos casos de COVID-19 já isolou 25 milhões de pessoas em Xangai e colocou sob lockdown a grande cidade de Shenzhen. Hoje, o medo é que Pequim possa ter o mesmo destino. 

Além de paralisações comerciais e industriais, a política da China traz ainda mais problemas na distribuição global de insumos, causando pressões inflacionárias e receios de que uma recessão global pode estar a caminho. 

Juan Tasso - Smart Money

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