O avanço da pandemia pelo mundo provocou mudanças severas na rotina do brasileiro. Além de isolamento social e medidas restritivas, a adaptação passou a fazer parte do dia-a-dia, com muitos precisando trabalhar de casa, atividade conhecida como home office, e hábitos de consumo migrando em um ritmo cada vez mais acelerado para a internet.
As adaptações e reinvenções acontecem em todos os setores, e isso inclui os serviços de transporte e logística, função considerada essencial durante a pandemia. Como a cadeia de abastecimento não pode parar mesmo com um cenário desfavorável e marcado por medidas restritivas, novos métodos e ajustamentos acontecem para aprimorar e adaptar o modelo de negócio, sempre mantendo os princípios importantes.
Além das adaptações, por conta da alta taxa de isolamento social, o comércio virtual começa a fazer mais parte da rotina da população, beneficiando inúmeras empresas do setor:
“Um ano de pandemia serviu para todo mundo ter que se reinventar. Uma das coisas que está virando o mercado é o e-commerce, que veio para ficar. O desafio aí, é encontrar eficiência e rapidez”, comenta Rafael De David, diretor da Vésper Cargas Expressas, empresa de Caxias do Sul que atua no mercado há mais de 15 anos.
De forma prática, existem dois segmentos distintos nas atividades de transporte logístico de cargas. O primeiro é destinado ao abastecimento de pessoas e lojas, amplamente beneficiado pela alta do comércio eletrônico em 2020, enquanto o outro é focado em insumos e matérias-primas para a produção industrial.
Atualmente, a Vésper dedica sua atuação no transporte de insumos para a indústria, e possui uma filial em São Paulo desde 2014. Como boas empresas do setor, existe um foco administrativo em encurtar o espaço de tempo nos processos, além de trabalhar na efetividade e na personalização.
O setor de logística de transportes sempre enfrentou desafios, como legislações, variação do câmbio e mudanças na tabela da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Isso, somado às adversidades encontradas nas estradas, como viabilidade para motoristas, e constante mudança no mercado aéreo, fazem parte do dia-a-dia do setor.
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Mesmo com o baque da pandemia em 2020, o setor foi um dos que menos sentiram a pressão negativa.
“O setor andou muito bem, foi um dos que menos apanhou. Muitas novidades aconteceram no meio do caminho, como o próprio e-commerce, e o Auxílio Emergencial representou uma puxada grande”, diz Rafael, que também comenta que o setor já conseguiu recuperar boa parte do que perdeu em 2020, mas que ainda existe espaço para melhora. “Em face dessa nova realidade, tem muita coisa que está para trás, como a produção de implementos e veículos, que precisam estabilizar nos preços”.
O Auxílio Emergencial foi um dos fatores que ajudaram o país a segurar um impacto negativo maior no Produto Interno Bruto (PIB) na segunda metade de 2020. Com o aumento de renda para cada brasileiro informal, o consumo é sustentado.
As constantes inovações no setor marcam esse período de adaptação do mercado, mas a relação pessoal com o cliente continua sendo um fator fundamental. Embora a modernização dos processos seja importante e faz parte dos processos de adaptação do setor, é a atenção pessoal e os princípios básicos de relacionamento que trazem o diferencial.
“Existem dois vieses interessantes de abordar. No caso da entrada de insumos para a indústria, ou a parte business to business, a relação pessoal com o cliente é importante”, diz o diretor da Vésper. “É diferente da pessoa que compra via e-commerce, possui um número de rastreamento e deadline, e pode checar no site. Agora, de indústria para indústria, onde o frete diferente, prioriza o relacionamento pessoal”.