Segundo os dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) às 9h, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial brasileira, subiu 0,83% no mês de maio, ficando bem acima da média esperada por economistas, de 0,71%.
Na somatória de 12 meses, a inflação já acumula 8,06%. Até o momento, está muito acima do teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 5,25%.
“Foi o maior resultado para um mês de maio desde 1996 (1,22%). O acumulado no ano foi de 3,22%, e o dos últimos 12 meses, de 8,06%, acima dos 6,76% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores”, diz a nota divulgada pelo IBGE.
Acompanhe a variação histórica da inflação brasileira desde maio do ano passado:
O maior impacto individual do mês, segundo o IBGE, foi da energia elétrica, que teve alta de 5,37%. Sozinha, ela representou uma variação de 0,23% no IPCA.
O resultado individual é resultado do aumento da bandeira tarifária, que estava em vermelha nível 1 em maio. Para o mês de junho, a inflação brasileira ainda deve sentir os impactos da crise hídrica do sudeste e centro-oeste, que provocou o aumento da bandeira tarifária para a vermelha nível 2.
Segundo o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, porém, os efeitos da crise hídrica devem ser temporários na inflação. Para o segundo semestre do ano, a entidade deve ficar de olho na alta dos preços no setor de serviços, que deve sentir os efeitos da retomada da normalidade impulsionada pela vacinação em massa no país.
Todos os grupos estudados pelo IBGE apresentaram alta em maio, com destaque para a habitação, que representou a maior alta do mês.
Índice Geral | 0,83% |
Alimentação e bebidas | 0,44% |
Habitação | 1,78% |
Artigos de residência | 1,25% |
Vestuário | 0,92% |
Transportes | 1,15% |
Saúde e cuidados pessoais | 0,76% |
Despesas pessoais | 0,21% |
Educação | 0,06% |
Comunicação | 0,21% |
Saiba mais
Entenda como funciona a inflação de uma vez por todas
Combustíveis também pesaram no bolso do brasileiro no mês de maio. A gasolina aumentou 2,87%, enquanto o gás de botijão aumentou 1,24%, etanol 12,92%, óleo diesel 4,61% e gás encanado 4,58%.
Segundo o Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central (BC) contando com a colaboração de mais de 100 instituições financeiras, o IPCA deve terminar 2021 em 5,44%.
A meta do ano para a inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 2,25% a 5,25%.
Foto: Copel / Divulgação