De acordo com dados divulgados pela US Bureau of Labor Statistics na manhã desta quarta-feira (13), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos Estados Unidos subiu 9,1% na taxa anual de junho, acima do esperado pelo mercado e marcando a maior alta anual desde 1981.
Na taxa mensal, a inflação subiu 1,3% em junho, uma aceleração ante a alta de 1% registrada em maio.
Considerando o Índice de Preços ao Consumidor – Núcleo (IPC-Núcleo), que desconsidera alimentos e energia, a alta foi de 0,6% em junho. Na taxa anual, o núcleo da inflação subiu 5,9%.
Segundo os resultados da Bureau of Labor Statistics, gasolina, moradia e alimentos foram os grandes contribuidores para o IPC de junho. O índice da energia subiu 7,5% no mês, contribuindo em quase metade da alta de todos os itens.
A gasolina norte-americana subiu 11,2%, enquanto os alimentos subiram 1%, mesa taxa da alimentação em domicílio.
O mercado aguardava com ansiedade os dados inflacionários dos EUA, pois dados surpreendentes podem significar uma eventual mudança de postura na política monetária do Federal Reserve (Fed).
Com a maior inflação em 40 anos, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) já promoveu três ajustes, um de 0,25 p.p., outro de 0,50 p.p. e o último de 0,75 p.p., para conter a alta dos preços.
O último reajuste nas taxas variáveis de juros, de 0,75 p.p., foi classificado como “atípico” pelo presidente do Fed, Jerome Powell, e que a tendência não deve seguir para os próximos meses. Com os dados inflacionários de hoje, porém, outro de ajuste da mesma magnitude pode acontecer em julho.
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Em sua ata da última reunião de política monetária divulgada na semana passada, o FOMC admitiu que pode ter uma postura “ainda mais restritiva” no futuro caso as pressões inflacionárias persistam:
“Os membros participantes concordam que as perspectivas econômicas justificam o movimento das políticas monetárias para uma postura restritiva”, diz a ata divulgada pelo FOMC. “E eles reconhecem a possibilidade de que uma postura ainda mais restritiva talvez seja apropriada caso as pressões inflacionárias elevadas persistam”. Para uma lista cada vez maior de economistas, a corrida do Fed com o aumento das taxas para barrar a inflação vai desencadear em uma recessão no país.
O mercado energético deve continuar pressionando as economias globais no segundo semestre do ano, já que o petróleo, por exemplo, não deve cair muito abaixo de US$ 100 em um curto espaço de tempo, dizem especialistas.
Isso porque o mundo sofre com uma demanda alta e uma oferta prejudicada, principalmente levando em consideração a capacidade limitada de refino no mundo. Com a guerra na Ucrânia promovida pela Rússia, segundo maior produtor da commodity do mundo, a situação é agravada.
Hoje, o barril de brent, do Mar do Norte, está custando US$ 99,65 de acordo com dados desta quarta-feira (13), às 10h20.
Segundo o Citi Bank, caso o cenário de recessão se confirme neste ano, o barril de petróleo pode cair abaixo de US$ 70 e ficar próximo de US$ 45 em 2023.