O setor de varejista teve um ano atípico em 2020. A pandemia do novo Coronavírus alterou os hábitos e rotinas dos brasileiros, que se viram passando muito mais tempo em casa, respeitando as recomendações de restrição. As novas rotinas também mudaram os hábitos de consumo da população, que começou a comprar muito mais do setor digital de vendas.
O grande beneficiado no Brasil com a mudança de rotina do brasileiro é o setor varejista. O e-commerce brasileiro cresceu mais de 75% em vendas comparado com o ano passado. Os lucros passam de R$ 33 bilhões, crescimento de 85% na comparação anual.
A Via Varejo (VVAR3), que possui braços como Casas Bahia e Ponto Frio, teve um lucro líquido de R$ 590 milhões no 3T20. O valor reverte o prejuízo de R$ 346 milhões do ano passado. Um dos motivos do crescimento da empresa é o e-commerce. Mais de 40% da fatia de vendas da empresa é do ramo digital.
A Magazine Luiza (MGLU3) também se beneficiou com a fatia digital de vendas da empresa. O setor de e-commerce cresceu 148% no 3T20 comparado com o ano passado, e já representa 66% do volume total de vendas.
A briga entre as empresas durante a Black Friday é por preços surpreendentes e frete grátis, além de rapidez no serviço. A façanha não é fácil, visto que o setor de e-commerce costuma ser o que apresenta uma menor margem de lucros, especialmente em um ano com uma economia fortemente prejudicada por conta da pandemia. Além disso, o alto custo de insumos e matérias primas tendem a provocar descontos menores nas vendas.
Pensando nisso, algumas empresas, como a Via Varejo (VVAR3), adotaram estratégias de Black Friday “parcelada”, que é parecida com a estratégia do Alibaba (BABA) no evento do Alibaba Single Day. A varejista antecipou descontos da Black Friday em quase um mês. A ideia é que o faturamento na sexta-feira (27) seja menor que o do ano passado, de R$ 1,1 bilhão, mas que o acumulado do mês ultrapasse a marca.
Outras estratégias adotadas por empresas é a de agilizar o processo de entrega, que é uma das prioridades do consumidor. A Magazine Luiza (MGLU3) e o Mercado Livre (MELI34) investiram pesado na logística das lojas, para possibilitar que o cliente retire os produtos em lojas físicas, além de receberem mais rápido em casa.
Outra empresa que investiu pesado na logística de entrega de produtos no Brasil é a Amazon (AMZN), que também vai competir durante a Black Friday por uma fatia dos consumidores.
A Black Friday faz parte do feriado prolongado de Thanksgiving nos EUA, e acontece amanhã, na sexta-feira (27).