O IRB (IRBR3) divulga amanhã, quinta-feira (18), o resultado do 4º trimestre de 2020, logo após o pregão. Segundo previsão de analistas de mercado, este resultado será de R$ 29 milhões.
No entanto, o Banco Safra avalia que o maior ressegurador do Brasil, com 37% de market share, continuará refletindo o cenário das fraudes contábeis, herança da administração anterior, e que o balanço será fraco.
Confirmando os números, o Safra estima que o IRB terá um prejuízo líquido recorrente de R$ 158 milhões para o período. Em relatório, a instituição financeira aponta o resultado negativo devido a contratos não lucrativos que a companhia vem encerrando ou renegociando, e que foram gestionados pela administração anterior.
Os analistas sugerem que mesmo com o resultado ajustado ainda levará um tempo até que os resultados cheguem a apresentar rentabilidade.
No mais recente relatório periódico, que remeteu à Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), apresentado no início deste ano, a empresa relatou prejuízo líquido de R$ 124,5 milhões em novembro de 2020, aumentando a perda acumulada em outubro e novembro a R$ 148,3 milhões. A explicação foi de que eliminando o impacto dos negócios descontinuados, a perda em novembro fica em R$ 80,7 milhões.
Ao excluir efeitos extraordinários no início do 4º trimestre (outubro), além da representação dos negócios descontinuados (novembro), o prejuízo acumulado nos 60 dias passa a ser de lucro líquido de R$ 29,6 milhões.
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Observa-se que nos dias finais de janeiro, a companhia voltou a chamar a atenção quando um grupo de investidores brasileiros se uniu para tentar uma alta nas ações da resseguradora por meio de uma “compra coletiva”, a exemplo do sucedido com as ações da GameStop nos Estados Unidos. No dia 28 de janeiro as ações saltaram +17% e de lá para cá concentram desvalorização de -13%.
LEMBRE
No final do 1º trimestre de 2020, mais precisamente em março, o conceito do IRB foi prejudicado em razão de denúncias de fraudes. Nota-se que de janeiro de 2020, quando a máxima chegou em R$ 44,90, os papéis apresentaram queda de mais de 80% até o início deste ano.
Desde então, a empresa vem apresentando queda nos últimos 12 meses, de 78,90%, segundo registro do pregão da última sexta-feira (12). De janeiro até agora, acumulam baixa de 18,83%
No final do semestre passado, a empresa, que no segmento de resseguros é a maior do mercado brasileiro, encerrou uma investigação interna que exibiu uma fraude milionária praticada pela gestão anterior. Em razão disso, a empresa relatou a tomada de várias medidas.
Antônio Cássio dos Santos assumiu a presidência e há estimativa de que surja uma IRB mais focada e transparente. Conforme o empresário, a empresa está no caminho certo. A empresa revelou ainda que contratou uma consultoria internacional para reconsiderar as estratégias a longo prazo.
O conselho de administração da empresa aprovou, no meio do ano passado, o aumento de capital social com a emissão de ações ordinárias para subscrição privada (uma operação que permite converter novas ações ordinárias da empresa em algum momento do futuro a um preço fixo, de maneira proporcional).
Os acionistas Bradesco Seguros e Itaú Seguros propuseram-se a acompanhar o aumento em suas participações proporcionais no capital da empresa de cerca de 15,4% e 11,3%, respectivamente. Lembrando que em 2020, o IRB fez a emissões de debêntures.
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