Nesta quarta-feira (25), comemora-se o Dia Nacional da Indústria. A data comemorativa é um lembrete da importância deste setor vital para o funcionamento da economia brasileira, responsável por movimentar cerca de 22% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Você sabe, no entanto, como a data foi escolhida? O dia 25 de maio é uma homenagem a Roberto Simonsen, o patrono da indústria nacional, que faleceu nesta mesma data no ano de 1948.
Saiba mais
A ‘locomotiva do mundo’: entenda por que a China influencia tanto a economia mundial
Engenheiro civil formado pela Escola Politécnica de São Paulo – hoje parte da Universidade de São Paulo (USP) –, Roberto Simonsen começou sua carreira como engenheiro na Southern Brazil Railway no ano de 1909.
Poucos anos depois, em 1912, lançou junto a um grupo de investidores parceiros a Companhia Construtora de Santos. A empresa foi a primeira nos moldes ‘modernos’ como conhecemos hoje na construção civil brasileira. Devido a sua eficiência e padrão de qualidade, a companhia não demorou para decolar e teve um crescimento acelerado ao longo das próximas décadas.
Entre as principais obras feitas pela empresa, podemos citar o Estádio Urbano Caldeira, a ‘Vila Belmiro’, que até hoje serve como casa para o Santos Futebol Clube, e o Frigorífico de Santos. Simonsen também atuou em obras públicas, como rotas de bonde, esgoto e pavimentação, sendo chave para o fim do monopólio da Barber Asphalt Company na cidade de São Paulo.
A partir de 1921, a Companhia Construtora de Santos assinou contratos com o governo federal para a construção de diversos quartéis em todo Brasil. A empresa foi responsável pela construção dos quartéis de Quitaúna (SP), Caxias (RJ), Três Corações (MG), Santo Ângelo (RS), Santa Maria (RS), São Borja (RS) e Aquidauana (MS).
Por seu alto nível de exigência, Simonsen foi um dos pioneiros a incentivar uma maior qualificação dos funcionários do setor industrial. Foi também um dos primeiros empresários a promover um maior diálogo entre as empresas, entidades patronais e os sindicatos que representavam os trabalhadores.
Até então, a desconfiança de que os trabalhadores tinham aspirações anarquistas fazia com que os empresários evitassem o diálogo com as lideranças sindicais. Essa evolução foi essencial para a evolução das leis trabalhistas no estado de São Paulo e, também, no Brasil.
Simonsen sempre foi uma figura ativa politicamente. Em 1928 ele foi um dos fundadores do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), além de presidir a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em 1933, elegeu-se deputado federal pelo seu estado, cargo que exerceu entre 1933 e 1937.
Também em 1933, Simonsen fundou a Escola Livre de Sociologia e Política, atualmente Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP). O empresário era um entre muitos da elite paulista descontentes com o declínio da influência de São Paulo no cenário político brasileiro. Com a redemocratização pós-guerra, elegeu-se senador em 1947, cargo que exercia quando faleceu aos 59 anos de idade.
Como pioneiro da indústria, Simonsen exerceu papel essencial para o estabelecimento do parque industrial no Brasil. Devido a sua influência como empresário e como liderança política, foi homenageado com o título de patrono da indústria brasileira.
Imagem em destaque: Pensador / divulgação