A Petrobras é uma das maiores produtoras de petróleo e gás do mundo, a empresa brasileira se dedica principalmente à exploração/produção, refino, geração de energia e comercialização. Seus destaques internacionais foram ampliados devido à descoberta da camada do pré-sal, após isso a aceleração da produção e do crescimento pela qual a estatal passou nas últimas duas décadas foi muito relevante.
O seu desempenho na geração de lucro desde então tem um papel importante na economia do país e em diversos outros setores ligados às atividades desenvolvidas pela companhia. Dados de 2014 mostram que as atividades da empresa foram as principais responsáveis pelo setor de petróleo e gás representar uma parcela de 13% do PIB nacional, demonstrando o seu forte potencial de participação no mercado interno.
Adotando uma estratégia de suspensão do pagamento de dividendos entre 2015 e 2018, devido ao objetivo de reduzir a sua elevada dívida acumulada até então, os pagamentos retornaram a partir de 2018 e vieram crescendo gradualmente, até se tornar a maior pagadora de dividendos do mundo no segundo semestre de 2022, superando outras relevantes empresas internacionais.
Com uma mudança de governo em 2023, o atual presidente anunciou a mudança do CEO frente a companhia, Jean Paul Prates confirmado para a governança da maior estatal brasileira gerou diversas dúvidas frente ao mercado, sobre como deveria proceder às novas políticas de investimentos e distribuições de lucros da mesma. Anunciando recentemente que o seu conselho de administração aprovou a nova política de remuneração aos seus acionistas, tivemos uma reação positiva do mercado, com ela deve haver uma redução no percentual de fluxo de caixa livre distribuído, que antes era de 60%, passa a ser 45% (Remuneração aos acionistas = 45% x Fluxo de caixa livre) isso quando a dívida bruta da empresa estiver abaixo de US$ 65 bilhões, como consta no atual plano estratégico em vigor da estatal. Esse caixa livre é a diferença entre os resultados operacionais da empresa, e o seu fluxo de caixa de investimentos.
Diante desses dados, ainda há uma incógnita nessa equação que desagrada os investidores: qual é o tamanho do programa de investimentos da companhia para os próximos anos? Ainda não temos palpável qual valor será destinado para os investimentos, tendo em vista que a Petrobrás ainda não divulgou seu Plano Estratégico 2024-2028, o que deverá acontecer nos próximos meses.
Alguns movimentos notados recentemente pela administração de Prates, indicam que a atual gestão pode manter a defasagem de preços praticadas numa determinada margem, quando identificada uma divergência que chega a cerca de 25% abaixo da paridade internacional, surge a expectativa de um possível reajuste por parte da companhia, como o anúncio recente de 16% nos preços praticados nas bombas.
Operando com margens muito abaixo do PPI, a Petrobras enfrenta desafios de rentabilidade e pode até operar com prejuízo, o cenário poderia intensificar o endividamento da empresa ou até causar problemas de abastecimento no país. Entretanto, os repasses realizados desde o início do ano, indica que o governo e a administração da petroleira estão determinados a evitar tais consequências, ao menos por enquanto. Mesmo com algumas aversões dos investidores sobre o rumo da empresa com a nova governança, as ações preferenciais da empresa vem valorizando 71,15% esse ano, com seus múltiplos e fundamentos ainda agradando o mercado.
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