2020 foi um ano de muita volatilidade no câmbio. Além de ser a segunda moeda mais desvalorizada do mundo ao longo do ano, caindo cerca de 30% e ficando atrás apenas do peso argentino, o real teve alta taxa de volatilidade e grandes oscilações no período. Apostando na tendência de continuidade da volatilidade no câmbio também ao longo de 2021, o banco Ourinvest classificou 2021 como o “ano do hedge cambial”.
O hedge cambial é uma ferramenta de proteção de investimentos, usada pelos investidores para blindar os seus negócios dos impactos da volatilidade cambial. A estratégia de hedge mais comum no mercado é a de negociação de ativos com base no mercado futuro, quando um investidor procura compradores para sua quantia em dólar, por exemplo, dispostos a pagar uma taxa cambial considerada vantajosa e que garanta a sustentabilidade de uma venda feita em dólar mesmo que a moeda norte-americana se desvalorize.
Em 2021, o dólar continua a apresentar grandes oscilações, variando até 10 centavos em um mesmo dia. No dia 12 de janeiro, por exemplo, como apurado pela reportagem do blog do Banco Ourinvest, a moeda norte-americana passou de R$ 5,46 para R$ 5,36 durante o período de abertura do mercado. O hedge cambial, segundo o superintendente de Câmbio do Banco Ourinvest, Bruno Foresti, aparece como uma alternativa para proteger investimentos dessas grandes oscilações cambiais.
“Essa ferramenta faz uma trava na taxa e traz uma maior previsibilidade de custos e recebimentos em moeda estrangeira. Em um cenário de comércio global dinâmico as margens são cada vez mais apertadas e correr o risco de perder 2%, 3%, 4% da sua margem por conta de variações cambiais pode ser evitado”, explicou em entrevista ao Blog Ourinvest.
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Baixa do dólar em 2021 depende de vacina e ajustes fiscais
Para Eliaber Freitas, especialista de Hedge no Banco Ourinvest, inúmeras incertezas pairam sobre o mercado brasileiro. O mercado ainda se apresenta cético quando a vacinação contra a Covid-19 no país, e também já está reagindo à segunda onda da pandemia em território brasileiro. Outro fator que deixa os investidores receosos é a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e como o Brasil será impactado pela mesma.
“Em momentos de alta volatilidade, uma empresa pode contratar a ferramenta e ganhar previsibilidade no fluxo de caixa, por exemplo”, apontou Freitas, também em entrevista ao Blog Ourinvest. “Um importador que fez a trava no primeiro dia de janeiro já pegou um dólar bem mais baixo e conseguiu proteger sua margem”.
Segundo Foresti, o hedge cambial foi uma ferramenta bastante adotada em 2020, com empresas e demais investidores ficando mais conscientes sobre o risco que as oscilações cambiais representam para seus negócios. “Além disso, a drástica diminuição na taxa de juros brasileira, a Selic, torna o custo do hedge mais barato e atrativo”.
Por fim, o especialista em câmbio afirmou que o Banco Ourinvest aposta que o crescimento do hedge cambial no mercado brasileiro continue ao longo de 2021. Foresti afirma ainda que ajudar na democratização do serviço está no radar da entidade para o ano. “Não só as grandes empresas estão realizando tais operações, como as pequenas e médias também. O Banco Ourinvest está focado em democratizar esse produto”, apontou.
“Todos os dias recebemos novos clientes e notamos que esse produto está se disseminando. Acreditamos que 2021 será o ano do hedge para importadores e exportadores”, finalizou Eliaber Freitas.
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