Dois fatores, importantes no mercado financeiro, fizeram com que estrangeiros novamente voltassem a investir na Bolsa de Valores do nosso País. No cenário interno, a manutenção de Paulo Guedes na pasta da Economia e no cenário externo, a alta do dólar. E isso em meio a desentendimentos nacionais e insegurança quanto ao futuro da economia mundial. Outro fator que se destaca neste acesso de recursos se dá em relação às eleições presidenciais nos Estados Unidos – que estão ocorrendo nesta terça-feira (3) – e que levaram incertezas ao mercado americano.
Mesmo diante das incertezas que ainda pesam sobre o futuro da economia global, o dólar forte e a manutenção de Paulo Guedes no Ministério da Economia – apesar dos constantes desentendimentos – foram suficientes para estimular o retorno de estrangeiros à Bolsa brasileira em outubro. A volatilidade do mercado americano em tempos de eleições presidenciais nos Estados Unidos também tem contribuído para essa entrada de recursos.
Economistas observaram que a Bolsa ainda pode ser avaliada “por baixo”, em se tratando de dólar, quando confrontada com suas correspondentes pelo mundo. lembrando que praticamente até o final de outubro, mais precisamente até o dia 28 de outubro, a Bolsa havia registrado a entrada de R$ 3,1 bilhões em recursos estrangeiros. Ou seja, resultado de compras no valor de R$ 250,48 bilhões e de vendas em R$ 247,31 bilhões. No entanto, registre-se que este é apenas o segundo mês de trânsito assertivo observado neste ano. O primeiro foi no final do 2º trimestre, – junho – quando houve a entrada de R$ 343 milhões, o que representa um pouco mais de 10% do que o apresentado atualmente.
A história da Bolsa nos mostra que uma entrada mensal confrontada ao mês de outubro, foi registrada em março de 2019, no valor de R$ 2,35 bilhões. Porém, no acumulado, o trânsito de estrangeiros neste mercado está negativo em R$ 84,5 bilhões, considerado uma marca histórica. Ao mesmo tempo, os analistas ressaltam que essa base de cálculo não considera as IPOs, ou aberturas de capital, além das ofertas posteriores de ações.
É importante ressaltar que essa base de cálculo não considera as aberturas de capital (IPOs, na sigla em inglês) e ofertas subsequentes de ações follow-ons que, segundo dados divulgados pela B3 até o meio do 3º trimestre – agosto – somam R$ 18,9 bilhões. Considerando este importe, no ano, o fluxo de estrangeiros na Bolsa está negativo em R$ 65,7 bilhões.
Analistas do setor de investimentos reforçam que o dólar estando mais forte é o que mais justifica esta entrada de estrangeiros, visto que o real é a moeda que mais caiu entre todas as emergentes. E, ainda no setor organizacional, as expectativas são de resultados bastante animadores. Em linhas mais gerais, a análise é de que a Bolsa está muito vagarosa em relação às suas similares em dólar e que esse fluxo de entrada pode prosseguir até o final do ano, independente das eleições nos Estados Unidos. Especialistas projetam, para o mês de dezembro, o Ibovespa entre 100 mil e 105 mil pontos. Salienta-se outro ponto importante para este retorno estrangeiros, que relaciona-se ao preço altamente atrativo, principalmente neste momento de real desvalorizado, como no setor bancário.
Quanto aos IPOs, é necessário levar em conta, conforme os economistas, o preço do Ibovespa em dólar, já que o mercado mostrar preços muito diferentes em relação a seus análogos. Os especialistas financeiros apontam ainda que a relação do Ibovespa com o Nasdaq, que historicamente é de 30%, agora está em 80%. Porém,, seguem no curso para os próximos dois meses a frente, a segunda onda do Covid-19 em âmbito mundial, a definição das eleições nos EUA ( com definição hoje).
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