Ao analisar o mercado financeiro, economistas apontam que o brasileiro vai conviver ainda – por aproximadamente meio ano – com a inflação em patamares um pouco mais altos. Isso porque as empresas devem continuar repassando os custos da alta dos insumos, por conta de afunilamentos na produção, principalmente neste momento, onde o dólar bate índices históricos e em com uma economia em fase de intensa recuperação.
Em compensação, o setor agrícola apresenta uma propensão maior às exportações, que mostra-se mais rentável que a comercialização interna. Isso significa que a produção no País não aumentou, porém a China aumentou a demanda, fazendo com que o setor agrícola comercialize os produtos em moeda valorizada, ou seja ,o dólar.
Além disso, há problemas em relação ao clima, o que pode vir a diminuir a oferta de grãos nos próximos meses. O tempo seco deve atrasar a colheita do soja em quase dois meses, da virada do ano para fevereiro. Da safra deste ano, há uma sobra de apenas 5%, o que fará com que haja uma grande disputa e consequentemente, sustentando os preços.
Há ainda a questão da carência de insumos na indústria, aliado ao câmbio mais rejeitado, com habilidade para elevar o IPCA de 0,30 a 0,40 ponto porcentual nos próximos cinco meses, já que a retomada da economia, mesmo que de forma passageira, tem permitido repasses.
Um outro ponto que pode influenciar nos índices da inflação é a provável alta dos preços dos combustíveis quando houver uma vacina contra o Covid-19, em função da procura por petróleo estabelecendo normas de padronização e a oferta ainda limitada. Observa-se também que o reajuste represado de preços administrados é outro fator a pesar sobre a inflação de 2021.
Foto: Pixabay