O Brasil começa a fazer avanços significativos na aquisição de vacinas contra COVID-19. Ontem, dados foram publicados sobre a CoronaVac, desenvolvida pela SinoVac em parceria com o Instituto Butantan. O composto deve ir à Anvisa para a aprovação do uso emergencial, junto com as primeiras milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford.
Uma fala de Bolsonaro sobre as eleições nos Estados Unidos colocam o Congresso em alerta. O presidente também questiona a eficácia do processo eleitoral brasileiro.
Os mercados globais continuam a tendência otimista com um governo Biden nos Estados Unidos. O democrata pode significar mais estímulos para a economia, e vai controlar ambos o Senado e Câmara de Representantes do país.
Esses e outros destaques você confere agora.
GOVERNO DE SÃO PAULO APRESENTA DADOS DA CORONAVAC, E FIOCRUZ PREVÊ PRODUÇÃO DA VACINA DE OXFORD NO BRASIL
O governo de São Paulo apresentou pela primeira vez os dados da terceira fase de desenvolvimento da CoronaVac, desenvolvida pela SinoVac em parceria com o instituto Butantan. O imunizante tem 78% de eficácia na prevenção de casos leves de COVID-19.
O Butantan deve pedir à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o uso emergencial do imunizante até hoje. O instituto já assinou um acordo com o Ministério da Saúde de 46 milhões de doses, que devem ser entregues até o fim de abril.
“Hoje assinamos com o Butantan. Assinado. Menos de 24h depois da medida provisória, nós assinamos um contrato para entrega das primeiras 46 milhões de doses até abril e de mais 54 milhões no decorrer do ano, indo a 100 milhões de doses”, disse o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em coletiva de imprensa ontem.
Segundo o governador João Dória, a aquisição pelo governo federal não muda o plano de vacinação do estado de São Paulo. O início da imunização está marcado para o dia 25 de janeiro.
Embora a apresentação dos dados represente um avanço significativo para a aprovação de uma vacina no Brasil, ainda falta a apresentação de dados mais claros sobre o imunizante. A apresentação feita pelo governo de São Paulo carece de explicações, como o esclarecimento do cálculo feito para chegar nos 78% de eficácia. Além disso, 100% de eficácia para casos graves não esclarece a quantos casos o dado se refere.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está prevendo que a produção da vacina da AstraZeneca (AZN) com Oxford deve começar no dia 20 de janeiro. Até o dia 12 de fevereiro, a Fundação deve entregar o primeiro milhão de doses. Até julho, devem entregar 100 milhões de doses.
A Fiocruz pretende pedir o uso emergencial de 2 milhões de doses do composto importado da Índia nesta sexta-feira (8).
A vacina da Pfizer (PFE) ainda ficou de fora dos acordos. A empresa disse ontem que ofereceu ao Brasil a proposta de 70 milhões de doses da vacina ainda em agosto de 2020. As negociações, segundo a farmacêutica, continuam.
MAIA CRITICA FALA DE BOLSONARO SOBRE ELEIÇÕES
Os atritos entre o presidente da Câmara e o presidente Jair Bolsonaro continuam. Ontem, Rodrigo Maia (DEM) criticou uma fala do presidente sobre possíveis falhas no sistema eleitoral brasileiro, e não descartou o mesmo cenário que aconteceu nesta semana nos Estados Unidos, com a invasão do Capitólio.
“O pessoal tem que analisar o que aconteceu nas eleições americanas agora. Basicamente qual foi o problema, a causa dessa crise toda: falta de confiança no voto”, disse Bolsonaro a um grupo de apoiadores ontem. “E aqui no Brasil, se tivermos o voto eletrônico em 22, vai ser a mesma coisa. A fraude existe. A imprensa vai dizer ‘sem provas, ele diz que a fraude existe’. Eu não vou responder esses canalhas da imprensa mais. Eu só fui eleito porque tive muito voto em 2018”, complementou.
A fala repercutiu no Congresso e na imprensa, e expõe como o Brasil é o único país democrático que se colocou em defesa das alegações de fraude feitas por Donald Trump. A preocupação é que Bolsonaro ataque, sem provas, as instituições eleitorais em 2022, como atacou em 2018.
Nas redes sociais, Rodrigo Maia (DEM) disse que a frase de Bolsonaro é um “ataque gravíssimo ao TSE”, e que “Bolsonaro consegue superar os delírios e os devaneios de Trump”.
Saiba mais
Medida Provisória garante a compra de vacinas antes do registro na Anvisa
AGENDA
Às 9h: Dados da produção industrial referente a novembro são publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
BOLSAS E CÂMBIO
Os mercados europeus continuam com tendência positiva, com vacinações já ocorrendo no continente e expectativa de superação da pandemia. Os bons resultados do setor de tecnologia alemães e italianos também ajudaram a manter os índices em alta.
Às 8h da manhã:
- STOXX 600 (STOXX): +0,50%, indo a 410,52 pontos
- DAX (GDAXI): +0,77%, indo a 14.075,55 pontos
- FTSE 100 (FTSE): 0,00%, indo a 6.857,10 pontos
- CAC 40 (FCHI): +0,42%, indo a 5.693,54 pontos
- FTSE MIB (FTMIB): +0,44%, indo a 22.846,50 pontos
Nem mesmo o estado de emergência no Japão atrapalhou o otimismo das bolsas asiáticas, que fechou com a maioria dos seus índices em alta.
- Hang Seng (HK50): +1,20%, indo a 27.878,22 pontos
- KOSPI (KS11): +3,97% , indo a 3.152,18 pontos
- Shanghai Composto (SSEC): -0,17%, indo a 3.570,11 pontos
- Nikkei 225 (N225): +2,36%, indo a 28.139,03 pontos
- Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): -0,33%, indo a 5.495,4
A posse iminente de Joe Biden mantém o otimismo das bolsas norte-americanas, que aguardam por mais estímulos fiscais e um governo com Câmara de Representantes e Senado controlado pelos democratas.
- Nasdaq 100 Futuros: +0,33%, indo a 12.971,12 pontos
- Dow Jones Futuros: +0,23%, indo a 31.014,0 pontos
- S&P 500 Futuros: +0,25%, indo a 3.804,88 pontos
Acompanhe as cotações do Dólar e o Euro na manhã desta sexta-feira (8):
- Às 9h05, o Dólar subiu +0,32%, a R$ 5,40
- Às 9h05, o Euro caiu -0,40%, a R$ 6,58
Foto: Estadão Conteúdo / Divulgação
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